Em um cenário onde a saúde mental se tornou um desafio central na gestão de pessoas, o uso da tecnologia tem sido um diferencial para combater a questão de forma estratégica nas empresas. Uma pesquisa da Factorial, HR Tech global especializada em soluções para Recursos Humanos e Departamento Pessoal, monitorou, nos últimos 3 meses, a percepção de mais de 20 mil colaboradores de 168 de seus clientes no Brasil, que utilizam a ferramenta Pulso do Colaborador — uma pesquisa que acompanha o clima das equipes.
No período, mais de 1.100 profissionais participaram ativamente, registrando mais de 3.183 respostas e mais de 263 comentários espontâneos sobre bem-estar e engajamento nesses 3 meses de análise. A taxa média de engajamento baseada no volume de respostas em relação ao número de colaboradores atingiu 9,30%, refletindo uma abertura crescente dos colaboradores para dialogar sobre questões emocionais.
Além disso, a análise detalhada por mês mostra um crescimento na taxa de engajamento, que passou de 8,84% em julho para 10,15% em agosto. Duas empresas, uma do setor de turismo e outra de serviços, se destacaram com um nível de participação acima da média, o que demonstra o alto potencial da ferramenta em diferentes indústrias
Esse movimento ocorre em um contexto preocupante: só nos primeiros quatro meses de 2025, foram ajuizadas 5.248 ações trabalhistas relacionadas ao burnout, um aumento de 14,5% em relação ao ano anterior, segundo levantamento do escritório Trench Rossi Watanabe. Isso representa um passivo estimado de R$ 3,75 bilhões para empresas brasileiras.
Luccas Gavron, People Analytics do Grupo Pinho, empresa na cartela de clientes da Factorial, destaca o uso da tecnologia como um pilar de apoio para o bem-estar de seus colaboradores. “No Grupo Pinho, nossa prioridade é atuar como uma verdadeira rede de apoio aos nossos colaboradores. Com o auxílio da Factorial, conseguimos ir além da gestão tradicional, usando dados para entender o bem-estar da equipe. Através da ferramenta de mapeamento de absenteísmo e, mais recentemente, com a funcionalidade Pulso, monitoramos de perto o dia a dia e o nível de satisfação dos funcionários. Essa visibilidade nos permite agir de forma proativa, desenvolvendo soluções personalizadas para problemas potenciais, como a realização de palestras sobre saúde no trabalho, ergonomia e nutrição.”
Com o apoio da inteligência artificial, o RH consegue transformar esse volume de dados em insights estratégicos. A tecnologia permite identificar sinais precoces de esgotamento, mapear padrões de comportamento e agir de forma preventiva, reduzindo riscos e fortalecendo a cultura organizacional.
“Estamos diante de uma nova etapa na gestão de pessoas, em que a tecnologia se torna essencial para apoiar a escuta ativa. A inteligência artificial não substitui a empatia, mas amplia a capacidade do RH de enxergar tendências, antecipar riscos e agir com assertividade”, afirma Renan Conde, CEO Brasil da Factorial.
A adoção da IA no RH reflete uma tendência crescente no mercado global. De acordo com a pesquisa “AI for HR”, realizada pela Distrito, 78% das empresas já utilizam IA. No entanto, no Brasil, a adoção no setor de Recursos Humanos ainda é um desafio. Um estudo da consultoria Gartner aponta que 70% dos departamentos de RH ainda não utilizam a tecnologia.
O engajamento observado nos dados da Factorial demonstra como as iniciativas de saúde mental impulsionam discussões importantes dentro das organizações e destacam o papel estratégico do RH em garantir ambientes de trabalho mais saudáveis, empáticos e sustentáveis.








