O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) subiu 0,87% em fevereiro, um aumento maior do que o esperado, após avanço de 0,53% no mês anterior. O resultado foi relevante principalmente pelo aumento dos preços do café, tanto no atacado quanto no varejo. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alto de 8,35%, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
A expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters, era de desaceleração para 0,25%, mas o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) — que representa 60% do IGP-10 — subiu 1,02% em fevereiro, revertendo a desaceleração anterior. O economista Matheus Dias, do FGV IBRE, destacou que o movimento reflete a recuperação dos preços de commodities importantes, que foram registrados quedas no mês anterior.
Enquanto o café em grão avançou 9,90% em fevereiro, o café torrado e moído disparou 17,68% e os preços dos bovinos tiveram alta de 3,30%, segundo os dados da FGV. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, registrou a alta de 0,44% no mês, depois de avanço de 0,26% em janeiro.
No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), seis das oito categorias de despesas registraram-se altas em suas taxas de variação em fevereiro. Destaque para Transportes, que acelerou de 0,37% para 1,14%, e Habitação, que impediu a deflação de -1,08% para -0,44%. Outras categorias que avançaram foram Educação, Leitura e Recreação (-0,06% para 0,29%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,47% para 0,61%), Despesas Diversas (0,32% para 0,53%) e Comunicação (0,05% para 0,08%).
O café em pó, um dos principais responsáveis pela alta do índice, saltou 11,11% no varejo em fevereiro, após um avanço de 6,39% em janeiro. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) registrou alta de 0,55% no mês, desacelerando em relação ao aumento de 0,74% distribuído em janeiro. O IGP-10 mede a variação dos preços ao produtor, consumidor e na construção civil no período entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.