Indicador de confiança do consumidor dos EUA registra nova baixa

A confiança do consumidor norte-americano registrou uma queda acentuada em novembro, atingindo o nível mais baixo em meses. A deterioração reflete uma crescente preocupação das famílias com o mercado de trabalho e sua situação financeira pessoal, um sentimento que parece estar, em parte, ligado à recente e traumática paralisação parcial do governo federal (shutdown).

O Conference Board divulgou nesta terça-feira (25) que seu Índice de Confiança do Consumidor recuou para 88,7 neste mês, um declínio significativo em relação aos 95,5 de outubro (dado revisado para cima). A queda foi mais brusca do que o esperado por economistas consultados pela Reuters, que previam um índice de 93,4.

Dana Peterson, economista-chefe do Conference Board, apontou que as respostas dos consumidores continuam a ser dominadas por referências a fatores como preços e inflação, tarifas e comércio, e política. No entanto, houve um aumento nas menções à paralisação do governo federal, indicando seu peso no humor das famílias.

“As menções ao mercado de trabalho diminuíram um pouco, mas ainda se destacaram entre todos os outros temas frequentes ainda não citados. O tom geral das respostas de novembro foi um pouco mais negativo do que em outubro”, observou Peterson.

A percepção de vulnerabilidade no emprego é corroborada por dados do setor privado. O mercado de trabalho dos EUA voltou a sinalizar enfraquecimento nas últimas semanas. De acordo com uma atualização da ADP, as empresas privadas cortaram, em média, 13,5 mil vagas por semana no período de quatro semanas encerrado nesta terça-feira. Este ritmo representa um salto significativo em relação à leitura anterior, que registrava uma média de 2,5 mil demissões semanais.

Com o shutdown ainda afetando o cronograma de divulgação de estatísticas oficiais, a falta de indicadores econômicos cruciais está sendo sentida. Indicadores alternativos têm preenchido as lacunas sobre a atividade econômica, mas estatísticas essenciais, como o relatório mensal de empregos (payroll), só serão retomadas em dezembro.

A escassez de dados ocorre em um momento chave: às vésperas da próxima reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), agendada para 9 e 10 de dezembro. Nos últimos dias, dirigentes da autoridade monetária têm defendido mais cortes na taxa de juros, levando o mercado a ajustar suas expectativas para uma possível redução já no encontro do próximo mês, apesar da limitada visibilidade sobre o panorama econômico completo.

Sair da versão mobile