A maioria dos bancos brasileiros agora espera que o ciclo de cortes da taxa Selic comece no primeiro trimestre de 2026. É o que aponta a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban, divulgada recentemente. Atualmente, 70% das instituições financeiras compartilham essa projeção, um aumento considerável em relação aos 61,9% que tinham a mesma visão em julho.
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano na última reunião, indicando que avaliaria os efeitos dos aumentos já implementados. O levantamento da Febraban, que ouviu 20 bancos, prevê que a Selic caia para 14,25% em março de 2026, com cortes de 0,25 p.p. e 0,50 p.p. nas duas primeiras reuniões do ano.
Apesar de as expectativas de inflação continuarem altas, os bancos veem sinais de melhora. O percentual de instituições que esperam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo de 5% no final do ano subiu de 28,6% para 30%. Por outro lado, 70% ainda esperam que o IPCA fique entre 5% e 5,5% em 2025.
Sobre a influência do mercado de trabalho aquecido na inflação, 55% dos entrevistados acreditam que o impacto será moderado, dificultando, mas não impedindo a convergência para a meta. No entanto, 40% avaliam que a influência é relevante e pode comprometer a meta de 3% do Banco Central.
Em relação ao crescimento econômico, há uma maior convergência nas projeções. Cerca de 70% dos participantes da pesquisa esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça em torno de 2,2% neste ano, um aumento significativo em relação aos 42,9% que tinham essa expectativa em junho. Segundo Rubens Sardenberg, diretor da Febraban, “as projeções ficaram menos dispersas, com alguma convergência para a expectativa de um crescimento próximo a 2% neste ano”.