A Inteligência Artificial tem se consolidado como uma aliada estratégica para o agronegócio, trazendo inovações que transformam a maneira como o setor lida com os desafios diários e as incertezas climáticas. De acordo com um levantamento da Statista, plataforma global de dados e inteligência de negócios, o mercado de IA no segmento deve movimentar cerca de US$ 4,7 bilhões por ano até 2028.
Já no Brasil, segundo a pesquisa ‘A Reinvenção do Agronegócio Brasileiro’, realizada pela PwC Brasil e divulgada em abril deste ano, 78% dos CEOs do setor planejam investir na integração de IA com plataformas tecnológicas nos próximos 12 meses, um índice superior à média nacional de outros setores, que é de 69%.
“Esse dado demonstra que o agronegócio brasileiro está mais atento às novas tecnologias, especialmente em um cenário marcado pelas mudanças climáticas e pela necessidade de adaptação constante. A IA oferece soluções que permitem aos produtores fazer frente aos desafios impostos por esses extremos climáticos e, ao mesmo tempo, aumentar a resiliência e a sustentabilidade da produção”, explica Henrique Galvani, CEO da Arara Seed, primeira plataforma de crowdfunding em startups do agronegócio.
Segundo o especialista, a aplicação de IA vai muito além da automação de processos: ela representa uma nova era de inteligência no uso dos recursos. Isso inclui redução de insumos químicos, economia de água, minimização de perdas na colheita e melhorias significativas na logística e armazenagem.
“Hoje já existem diversas soluções disponíveis e acessíveis, como o monitoramento por drones com análise preditiva, a recomendação automatizada de fertilizantes com base na análise de solo, e a previsão ideal de colheita com base em dados climáticos e fenológicos. Com IA, é possível desenvolver uma gestão muito mais precisa dos recursos naturais, com controle em tempo real do clima, da irrigação e do crescimento das plantas”, complementa Galvani.
Além disso, a IA tem sido cada vez mais utilizada em plataformas de climate intelligence, com modelos que ajudam produtores e cooperativas a anteciparem riscos climáticos e tomarem decisões baseadas em dados. Outro campo em expansão é o uso da IA generativa para modelar cenários de produção e precificação de commodities, apoiar o planejamento logístico e acelerar o desenvolvimento de novas sementes e bioinsumos.
Com a projeção de crescimento acelerado do mercado de IA e a crescente adesão dos líderes do setor, o agronegócio brasileiro demonstra que entende que a inovação tecnológica não é mais uma opção, mas um diferencial competitivo essencial. “A Inteligência Artificial não é mais uma tendência distante. Ela já é uma realidade transformadora que está moldando o futuro do agro e preparando o setor para os desafios de um mundo em constante mudança”, conclui Galvani.