As previsões dos especialistas se confirmaram e o Copom novamente reduziu a taxa Selic. Desta vez, em meio ponto percentual, de 12,25% para 11,75%. A expectativa é de que na próxima reunião ocorra nova redução. Para a economia como um todo a decisão é boa, pois reduz o custo do dinheiro e facilita a tomada de crédito. Porém, para quem tem dinheiro investido em renda fixa, principalmente em produtos financeiros atrelados ao CDI, a notícia não é muito agradável porque o retorno passa a ser menor. Uma solução para o investidor, neste caso, é migrar parte do capital para ativos alternativos, cujos rendimentos podem chegar até 30% ao ano dependendo da escolha feita.
Os ativos alternativos também são considerados investimentos de renda variável, com a diferença de que são descorrelacionados do mercado financeiro tradicional. Assim, a maioria dos acontecimentos no mundo econômico pouco afetam a performance dos produtos desse segmento, também chamados de ativos reais, ao contrário do que acontece com ações e outros ativos como ações e fundos negociados por bancos e corretoras.
Mas, não é porque uma notícia ruim derrubou ações de empresas do ramo de construção civil listadas na Bolsa, que você cobrará menos do inquilino que alugou sua casa. A mesma fórmula funciona com ativos alternativos. Seus preços e rentabilidade não diminuem facilmente. Podem até não aumentar, mas dificilmente são prejudicados. Uma obra de arte, por exemplo, não perde valor. Se no mercado doméstico não houver quem pague o seu valor, certamente no exterior haverá. Royalties musicais dependem do número de execuções das canções transformadas em ativos e não de decisões políticas.
As opções de investimentos são muitas. Na Hurst Capital, maior ecossistema de investimentos alternativos da América Latina, existem seis operações de investimento em precatórios em andamento com possibilidades de retorno variando entre 21,07% e 31,41% ao ano. Outra oportunidade disponível, é o investimento na produção cinematográfica Swimming Home, cujo retorno previsto é de 28,24% a.a. Todas em processo de captação. Os interessados podem obter mais informações clicando aqui.
Instituições de atuação global como o J.P Morgan Asset Management aconselham a alocar em torno de 25% do capital em ativos alternativos. De acordo com o relatório Long-Term Capital Market Assumptions (LTCMA), publicado recentemente pela empresa estadunidense, a rentabilidade anual esperada para os próximos 10-15 anos para uma carteira composta por ações (renda variável) e títulos públicos (renda fixa) na proporção 60/40 em dólares é de 7%. Esse percentual, porém, pode ser melhorado. O simples acréscimo de uma alocação de 25% a ativos alternativos pode aumentar a rentabilidade de uma carteira 60/40 em 60 pontos base e melhorar o rácio de Sharpe em 12%.
Não há um estudo semelhante especificamente para o mercado brasileiro, mas os números obtidos pela própria Hurst Capital corroboram a conclusão do relatório. De acordo com a fintech brasileira, do início de 2019 até julho de 2023, o retorno anualizado dos ativos alternativos atingiu 21,14%, contra 6,42% do Ibovespa e 7,2% do IFIX (fundos imobiliários). Em igual intervalo, os investimentos livres de risco (CDI), renderam anualmente 7,18%. O cálculo do índice de alternativos envolve os retornos anualizados de mais de 350 operações (com TIRs realizadas e TIRs revisadas) feitas pela Hurst Capital no período.
“Os alternativos também apresentam vantagem em relação às outras opções do mercado quando a análise é voltada para o risco da operação. O índice Sharpe, que avalia o risco e o retorno de um determinado investimento, dos alternativos ficou em 1,12 no período analisado. Já o do Ibovespa é de – 0,10. Quanto menor o indicador, pior o investimento”, explica Arthur Farache, CEO da Hurst Capital.
O risco menor é um ponto importante lembrado pelo CEO da Hurst. Investidores menos experientes tendem a olhar apenas para o retorno, esquecendo-se de que o risco, se for muito alto, pode gerar perdas estratosféricas. Para evitar isso a estratégia de incluir ativos alternativos na diversificação da carteira tem também um viés de proteção. Em momentos de crise, os ativos reais na proporção adequada dentro de uma carteira, ajudam a minimizar as perdas ocasionadas pela diminuição de valor de ações, por exemplo.
Não é diferente no caso da redução da Selic. Investimentos em títulos do governo do tipo Selic+ vão começar a perder atratividade daqui para frente. O investidor não deve sacar tudo e migrar para a renda variável, mas pode alocar uma parte em ativos alternativos. Assim, o retorno menor ocasionado pela diminuição da taxa básica de juros será compensado pela boa performance da aplicação em ativo real”, aconselha Farache.