A inflação no Brasil registrou forte alta em fevereiro, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançando 1,31%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa um aumento de 1,15 ponto percentual (p.p.) em relação a janeiro, quando a taxa foi de 0,16% — a menor variação para o mês desde 1994. Com a alta, a inflação acumulada em 12 meses subiu para 5,06%, superando os 4,56% registrados no período anterior.
Foi o maior nível do IPCA para um mês de fevereiro em 22 anos, desde 2003, quando o índice marcou 1,62%. Segundo o IBGE, a alta foi influenciada especialmente pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que exerceu um impacto de 0,56 ponto percentual (p.p.) no índice.
O IBGE mostra que cerca de 92% do resultado de fevereiro está ligado em 4 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados: habitação; educação; alimentação e bebidas; e transportes.
Em relação à habitação, que passou de queda de 3,08% em janeiro para alta de 4,44% e teve o maior impacto no índice, a variação se dá por conta de mudanças na conta da energia elétrica residencial.
A maior variação percentual foi observada na educação, que teve alta de 4,70% e impacto de 0,28 p.p. no índice geral. O crescimento é justificado pela sazonalidade da categoria no início do ano.
Transportes, com variação de 0,61%, também desacelerou em relação a janeiro (1,30%). O resultado foi influenciado pelo aumento nos combustíveis (2,89%): óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). A gasolina, por conta do seu peso, exerceu o segundo maior impacto individual no índice, com 0,14 p.p. Apenas o gás veicular (-0,52%) apresentou redução.
Os demais grupos apresentaram os seguintes resultados: artigos de residência (0,44%); vestuário (0,00%); saúde e cuidados pessoais (0,49%); despesas pessoais (0,13%) e comunicação (0,17%).