O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma queda de 0,11% em agosto, uma desaceleração significativa em comparação ao avanço de 0,26% em julho. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, permanece em alta, com 5,13%.
A queda, embora expressiva, foi um pouco menos intensa do que o mercado esperava. Economistas consultados pela Reuters previam uma retração de 0,15% no mês e um avanço de 5,09% no acumulado de 12 meses.
A principal influência para a deflação veio do grupo Habitação, que registrou queda de 0,90% e teve um impacto de -0,14 ponto percentual no índice geral. Essa variação negativa foi puxada, principalmente, pela energia elétrica residencial, que teve uma queda de 4,21%.
Além de Habitação, os grupos Alimentação e bebidas (-0,46%) e Transportes (-0,27%) também contribuíram significativamente para a deflação, registrando os maiores pesos no IPCA. De acordo com Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, a soma das quedas nesses três grupos foi responsável por um impacto negativo de 0,30 ponto percentual no índice total.
No setor de Alimentação e bebidas, a queda de 0,46% marca o terceiro mês consecutivo de deflação. Produtos como tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%) e cebola (-8,69%) tiveram reduções expressivas, refletindo o aumento da oferta. Já a alimentação fora de casa desacelerou, passando de 0,87% em julho para 0,50% em agosto.
O grupo Transportes também teve uma retração de 0,27%, com destaque para a queda nos preços da gasolina (-0,94%), que teve o segundo maior impacto individual no índice. A redução nos valores das passagens aéreas (-2,44%) também contribuiu, impulsionada pelo fim das férias de meio de ano.
Embora a maioria dos grupos tenha registrado queda, alguns setores apresentaram variação positiva. O grupo Educação subiu 0,75%, com aumentos em cursos regulares e de idiomas. O setor de Vestuário cresceu 0,72%, impulsionado por roupas e calçados, enquanto Saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,54%.
Regionalmente, Vitória registrou a maior variação positiva (0,23%), influenciada pelos reajustes na energia elétrica e água. Por outro lado, Goiânia e Porto Alegre apresentaram a menor variação (-0,40%), com quedas significativas nos preços de energia elétrica e gasolina.