O Bank of America (BofA) projeta uma melhoria nas margens da JBS (JBSS32) no terceiro trimestre de 2025, em um cenário de preços recordes da carne bovina nos Estados Unidos. Diante da expectativa de recuperação, o banco reiterou sua recomendação de compra para a companhia, mesmo com a volatilidade do mercado.
Segundo relatório divulgado nesta terça-feira, os preços da carne bovina nos EUA continuam em alta, batendo recordes semanais. A valorização é atribuída à oferta restrita de gado e à forte demanda sazonal, impulsionada por eventos como o feriado do Labor Day. O indicador de preços no atacado, o Choice cutout, alcançou US$ 415/cwt na última sexta-feira, um aumento de 35% em relação ao ano anterior.
Historicamente, os preços da carne bovina nos EUA atingem seu pico entre a primavera e o verão no hemisfério norte. No entanto, o BofA observa que, em 2025, os preços vêm subindo mensalmente desde fevereiro, indicando uma possível sustentação em patamares elevados caso a demanda se mantenha forte. Essa dinâmica já resultou em uma recuperação de curto prazo nas margens dos frigoríficos.
A margem spot, que estava com um prejuízo de US$ 307 por cabeça no início de agosto, recuperou-se para um lucro de US$ 75 por cabeça. Embora a margem média do trimestre ainda esteja negativa (prejuízo de US$ 93 por cabeça), a tendência de recuperação é significativa.
JBS e Tyson já haviam sinalizado em teleconferências de resultados que a retenção de novilhas, um fator que restringe a oferta, já está em curso. Ambas as empresas projetam uma recuperação mais robusta das margens entre 2027 e 2028, com a JBS especificamente esperando que o ponto mais baixo seja atingido no final de 2025 e início de 2026.
O BofA assume uma melhora sequencial nos negócios de carne bovina da JBS nos EUA no terceiro trimestre e prevê margens médias anuais ligeiramente maiores em 2026. A projeção de EBITDA para a JBS em 2026 do banco está 8% acima do consenso de mercado.
A avaliação do banco também destaca que as ações da JBS estão sendo negociadas a 6,3 vezes o valor da empresa sobre o EBITDA de 2026, um valor mais atrativo quando comparado ao da concorrente Tyson, que é de 7,9 vezes.
A recomendação do BofA é de compra para as ações da JBS, enquanto a recomendação para a Tyson é neutra. No mercado desta terça-feira, os BDRs da JBS operavam em queda de 0,24%, cotados a R$ 87,93 às 15h20.