A Kepler Weber registrou, no primeiro trimestre do ano, uma receita líquida de R$ 357,2 milhões, com destaque para o crescimento em relação a igual período de 2024 de Reposição e serviços, 28%, e Negócios Internacionais, 5,6%. Na comparação com o trimestre anterior, quando a empresa havia registrado receita de R$ 380,3 milhões, houve recuou 6,1%.
A empresa atribui o resultado a “fatores externos” e cita juros elevados, restrição de crédito e queda na renda do produtor, impactada pelos preços da commodities.
“Ainda assim, o aumento no volume e na diversidade de clientes atendidos reforça a efetividade da nossa estratégia comercial e a capacidade da Companhia de preservar sua competitividade em um ambiente adverso”, informou a empresa.
O lucro líquido no período foi de R$ 25,6 milhões, ante os R$ 52,2 milhões do trimestre anterior, e margem EBITDA de 14,8%, redução de 3 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior (17,8%). Na mensagem ao Mercado, a Kepler anuncia o maior negócio dos últimos cinco anos da companhia, uma venda feita para o “setor de biocombustíveis, reforçando a assertividade da nossa estratégia baseada em diferenciação, eficiência e proximidade com o cliente”.
“Para o segundo trimestre, mantemos uma perspectiva de margens ainda pressionadas, mas seguimos confiantes na retomada gradual da rentabilidade ao longo do segundo semestre, impulsionada por uma safra recorde, melhoria na renda do produtor, gerando uma maior diluição de custos fixos, dado a maior execução de projetos e possível normalização das condições de mercado”, sinaliza a diretoria da Kepler Weber.
Nesta terça-feira (29), durante a divulgação de resultados, a companhia anunciou uma parceria entre a Procer e a XP. O contrato estabelece a oferta de soluções financeiras aos 1,5 mil clientes da Procer, com objetivo de ampliar a rentabilidade do produtor rural.
A operação contempla serviços voltados à gestão de caixa, proteção de margens, hedge e investimentos, agora ampliados com soluções como gestão de risco, research, mercado de capitais, câmbio, antecipação de recebíveis, revisão tributária, wealth planning, seguros, entre outros benefícios.
A Procer monitora duas mil unidades de armazenagem. Em 2024, a plataforma monitorou cerca de 60 milhões de toneladas de grãos, movimentando um valor superior a R$ 120 bilhões. Reposição e Serviços fechou o trimestre com receita líquida de R$ 73,1 milhões. O resultado representa um aumento de 28% na comparação com o primeiro trimestre de 2024, quando o segmento havia reportado R$ 56,9 milhões.
“Esse desempenho está em linha com a estratégia da Companhia de ampliar a participação do segmento na receita total, promovendo maior recorrência e rentabilidade”, diz trecho do balanço, que ainda traz aumento de 10% no volume de negócios e ampliação na base de clientes atendidos.
A Kepler Weber afirma que a atuação internacional da companhia também favoreceu os resultados da área de negócio, “especialmente na América Latina. Destaca-se ainda o crescimento de 12% na receita proveniente dos centros de distribuição em relação ao 1T24, além da continuidade do bom desempenho nas vendas dos produtos Seletron e Biocav, que já haviam sido destaques no trimestre anterior”.
Na comparação com o trimestre anterior, a empresa registrou redução de 23,7% em decorrência de “sazonalidade”, já que o quarto trimestre concentra, historicamente, maior volume de faturamento.
Em Negócios Internacionais, os negócios realizados, que contemplam uma base de 53 países, em cinco continentes, permitiram um crescimento 5,6% na receita líquida no primeiro trimestre em comparação com igual período de 2024, passando de R$ 38,8 milhões para R$ 41 milhões.
“Essa performance reflete nossa forte presença e liderança na América do Sul, especialmente em mercados chave como Uruguai e Colômbia, além do ganho de mercado em países como Angola, onde a empresa tem ampliado sua presença”, sinaliza. A empresa também informa R$ 25,9 milhões em novos negócios para o segmento, com vendas para clientes na Bolívia, Paraguai e Uruguai.
O segmento de Fazendas, que reflete negócios voltados diretamente ao produtor rural, se manteve praticamente estável na comparação com igual período de 2024, com receita líquida de R$ 131,7 milhões ante R$ 132 milhões do ano anterior. O resultado é avaliado pela diretoria como “sólido”, considerando o momento macroeconômico desafiador.
“Como reflexo da efetividade da estratégia comercial, o número de clientes atendidos cresceu 18% no trimestre, impulsionado pela ampliação da cobertura de mercado e pelo foco em capilaridade comercial”, diz o balanço.
Ao longo do trimestre, a companhia fechou seis novos negócios para produtores na Bahia, Mato Grosso, Goiás e São Paulo. A receita aproximada destes projetos, R$ 33,6 milhões, vai impactar os resultados no segundo semestre.
Agroindústrias encerrou o primeiro trimestre com receita líquida de R$ 100,8 milhões, desempenho “impulsionado pela crescente demanda por ampliação da capacidade de armazenagem”. Na comparação com o igual período de 2024, quando faturou R$ 106 milhões, a companhia reporta uma redução de 4,9%. “Assim como no segmento de Fazendas, o ambiente econômico pressionou a rentabilidade dos projetos”, afirma o balanço, que também traz R$ 23,7 milhões em novos negócios fechados no trimestre que vão favorecer próximos resultados.
Portos e Terminais, segmento caracterizado por projetos de grande porte, fechou o trimestre com R$ 10,6 milhões em receita líquida. Apesar de o volume ser menor que o mesmo trimestre do ano passado, R$ 46,6 milhões, e 11,4% menor que o período anterior, R$ 12 milhões, o segmento “demonstrou resiliência em sua rentabilidade”, conforme a Kepler Weber.
“Mesmo com a queda na receita líquida, o volume de clientes atendidos se manteve em linha com o 1T24, reforçando a efetividade da estratégia comercial e a continuidade do relacionamento com o mercado”, reforça o balanço.