Liderança Shakti, o desafio para o líder da nova economia

Em tempos de tanta polaridade, tantos desafios fala-se em liderança consciente, liderança humanizada, mas o que seria?

Acho que para começar é saber que a máxima “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, não é mais aceitável em negócios da nova economia. Na nova economia busca-se lideranças que servem ao propósito da organização, cuidam de seus colaboradores e trazem um impacto positivo para a sociedade e ao planeta.

Nisso, não é questão de quem é melhor, homens ou mulheres, mas quem melhor equilibra suas energias masculina e feminina que todos nós temos. Ou seja, precisamos de líderes que trabalhem com empatia, vulnerabilidade, gentileza, simpatia, inclusão, harmonia, criatividade, confiança e abertura, todas essas características de um feminino maduro, mas que também tenham clareza, assertividade, foco, direção, ordem, disciplina, estrutura, discernimento e força, ou seja, também características de um masculino maduro.

Isso porque, o agressivo, cruel, arrogante, insensível, violento, com fome de poder e espiritualmente vazio, características do polo masculino imaturo, em tempos de tecnologias da informação e rede sociais, não cabem mais, pois uma má fala é rapidamente difundida e o que era motivo de orgulho e poder, rapidamente, se torna vergonha em meio as críticas pelo novo estágio da consciência.

Então, troquemos o seja perfeito, seja útil, seja forte, seja rápido e seja bonzinho, por seja você, mas escute, ouça, pergunte, enxergue dores, busque soluções, ofereça serviços, transcenda os problemas e ofereça curas, em um processo contínuo de evolução.

A regra é não ter regras, para que se busque a flexibilidade do bambu e, nesta dança da vida, como num teatro de presença social, observe, questione, crie hipóteses. O líder que você é é a pessoa que você é. Então, mantenha a mente aberta, o coração aberto e a vontade aberta para fazer a diferença. Nem sempre é fácil, mas quando tudo estiver confuso, tenha o propósito da organização em mente e os seus valores inegociáveis como um cajado a amparar nos momentos de maior turbulência.

Olhe, sim, para o futuro para saber onde você quer chegar, mas saiba que o futuro é incerto. O passado é fonte de aprendizado, mas a vida acontece no presente e é aqui e agora que você deverá agir, cultivando um estado de presença, buscando o equilíbrio entre as polaridades masculina e feminina, em prol da colaboração, da criatividade e da sustentabilidade a serviço do mundo.

Não existe certo ou errado, mas o mais adaptável ao momento que se apresenta, buscando pela plenitude do momento presente, onde as forças deverão estar unidas pelo propósito maior. Ou quem não se lembra do período pandêmico?

Fácil não é, mas nossos processos produtivos não existem em um vácuo e, como na lei da física, toda ação tem uma reação de mesma intensidade, mas no sentido oposto. Este é o legado do líder consciente, aquele que sabe o seu papel, sua importância e responsabilidade, não mais como o único detentor do saber, mas certo de que não deve negligenciar os problemas, que trazê-los à tona é sua responsabilidade, a fim de gerenciar riscos  e inspirar o seu time, para as transformações que se fazem necessárias  – esse é seu melhor legado.

Nisso, eis que surge o livro Liderança Shakti: O Equilíbrio do Poder Feminino e Masculino nos Negócios, um livro de Nilima Bhat e Raj Sisodia, que nos apresenta um modo mais equilibrado, um estilo de liderança que é gerador, cooperativo, criativo, inclusivo e empático.

Uma amálgama renovadora, com a união dos aspectos masculinos e femininos para as lideranças atuais, onde o respeito, a empatia deverão ser a tônica dos relacionamentos, a serviço do propósito, o poder verdadeiro e, não, mais do ego, um poder falso.

Referência Bibliográfica:

Bhat, Nilima; Sisodia, Raj. Liderança Shakti: O Equilíbrio do Poder Feminino e Masculino nos Negócios. Editora Alta Books, 2019.

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