A Livraria Cultura teve que fechar as portas novamente da loja que ficava localizada no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, devido a ordem de despejo expedida pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A unidade acumula dívidas de aluguel que ultrapassam o valor de R$ 15 milhões desde 2020.
“Infelizmente, apesar de nossos esforços mútuos, não conseguimos chegar a uma solução viável para ambas as partes. O cenário atual do mercado, especialmente acentuado pelas mudanças no comportamento do consumidor, consolidadas durante a pandemia, tornou a manutenção de uma livraria de grande porte como a nossa neste local desafiador. Como resultado, e com vistas à sustentabilidade de nossas operações, foi inevitável tomar a difícil decisão de procurar um novo espaço que se adapte melhor às demandas e realidades atuais do mercado editorial e varejista“, diz a empresa em nota.
O pedido foi negado em fevereiro pelo STJ. O ministro Raul Araújo explica que a ordem de despejo não está relacionada com o pedido de recuperação judicial da empresa. “Nessa linha, o juízo da recuperação judicial não deve permitir proteção desmedida à empresa, impondo o ônus da reestruturação exclusivamente aos credores que há muito aguardam a satisfação de seus créditos“, pontuou.
A Livraria Cultura enfrenta um delicado processo de recuperação judicial desde 2018, em que alegou passar por uma crise financeira que envolve dívidas somadas de R$ 258,4 milhões. A maior parte desse valor é de fornecedores e bancos.