Luca de Meo deixa cargo de CEO da Renault

Renault inicia busca por novo CEO; executivos da Stellantis e interno são cotados

O italiano Luca de Meo, CEO da Renault desde janeiro de 2020, anunciou sua saída do cargo, com efeito a partir de 15 de julho de 2025, para “buscar novos desafios fora do setor automotivo”.

A renúncia ocorre poucos dias após confirmação, pela imprensa francesa (Le Figaro), de que De Meo está cotado para assumir o comando da Kering, o grupo de luxo que controla marcas como Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent. A Kering também confirmou que ele será o novo CEO, começando a atuar de forma plena em 15 de setembro de 2025, sob uma estrutura em que François‑Henri Pinault permanece como presidente do conselho.

As ações da Renault caíram entre 7% e 8%, enquanto as da Kering subiram entre 9% e 13% na esteira do anúncio. Analistas destacam a forte performance de De Meo à frente da Renault — com o plano “Renaulution”, foco em eletrificação e renovação de modelos — e jogam luz sobre a transição estratégica que ele pode trazer para o setor de luxo.

Em comunicado, De Meo afirmou: “Há um momento em que a gente sabe que a missão foi cumprida. Na Renault, alcançamos o impossível… deixo uma empresa transformada, preparada para o futuro”.

Analistas do setor já mencionam nomes como o atual vice-presidente executivo da Renault, Denis Le Vot, e Maxime Picat, executivo da concorrente Stellantis, como possíveis sucessores para dar continuidade ao processo de recuperação da companhia.

Maxime Picat, que atualmente lidera as áreas de compras globais e cadeias de suprimentos da Stellantis, já havia concorrido recentemente ao cargo de CEO da quarta maior montadora do mundo. Ele era um dos dois candidatos internos, mas a posição acabou sendo preenchida por Antonio Filosa.

Outro nome apontado como potencial candidato é Denis Le Vot, vice-presidente executivo da Renault. Le Vot ingressou na empresa logo após concluir seus estudos universitários e está à frente da marca Dacia desde maio de 2022.

Analistas da corretora francesa Kepler Cheuvreux manifestaram que ambos os executivos poderiam ser fortes candidatos à sucessão. Já o analista do JP Morgan, Jose Asumendi, destacou a “forte base” de gestores de marca dentro da Renault, mencionando inclusive o trabalho realizado na Dacia. A movimentação da Renault indica uma fase de transição na liderança, com o mercado observando atentamente os próximos passos da montadora na definição de seu novo comandante.

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