Luiz Barsi completa 51 anos como acionista do Banco do Brasil

Conheça mais sobre o maior investidor pessoa física do pais.

Germane Ludgers/Exame

Desde a década de 1970, Luiz Barsi é acionista do Banco do Brasil (BBAS3). Nessa mesma época, começaram os primeiros passos desse homem que se tornaria um bilionário e o maior investidor pessoa física da bolsa de valores brasileira.


Apelidado de “o Warren Buffett brasileiro”, Luiz Barsi é um dedicado seguidor da filosofia de Value Investing, que se concentra em uma abordagem de longo prazo voltada para a identificação de empresas sólidas, consolidadas e capazes de gerar lucros. Seu objetivo é alcançar independência financeira e viver de renda.

Além de ser associado ao investidor americano Warren Buffett, Barsi é também conhecido como o “Rei dos Dividendos”. Este apelido reflete o sólido e sustentável patrimônio que ele construiu no mercado financeiro brasileiro.

Seguindo sua estratégia de investimentos, Barsi atualmente recebe cerca de R$ 1 milhão em dividendos por dia, conforme já declarou à imprensa. Aos 84 anos de idade, seu legado no mercado financeiro é revolucionário.

Carteira de investimentos de Barsi

A carteira de Luiz Barsi tem algumas ações bem conhecidas. Uma delas é o Banco do Brasil (BBAS3), cujas primeiras ações ele adquiriu por volta dos anos 1970, a R$ 0,60 (hoje são negociados acima de R$ 50,00). Sua primeira conta de ações do banco ocorreu em 1972, segundo contou à XP. Sua confiança na instituição é baseada em sua resistência histórica, incluindo a crise dos anos 1990 quando muitos bancos privados quebraram, mas o BB conseguiu permaneceu forte.

Em 2023, durante um momento de transição política e de gestão e a mudança na presidência para Tarciana Medeiros, o BBAS3 manteve o payout em 40%, divulgou um calendário de pagamento de proventos e agradou os investidores com dividendos volumosos. Nos últimos 12 meses, as ações de BBAS3 somaram um crescimento de 78,41%, um dividend yield (DY) de 8,53% e pagou R$ 4,5754 em dividendos por ação.

Outro acerto de Barsi foi a Taurus (TASA4): ele comprou os papeis quando as ações custavam centavos e surfou nos dividendos até 2013. Mesmo após um processo de reestruturação, Barsi seguiu acreditando na companhia. Em 2023, a Taurus pagou R$ 1,3956 por ação e acumulou um DY de 9,35%. Hoje o ticker gira em torno dos R$ 14,92, acumulando uma alta de 26,44% no ano.

Por fim, uma das maiores aquisições de Barsi, e talvez a mais polêmica, foi a Unipar Carbocloro (UNIP6). Comprando ações por R$ 0,25, o valor disparou para R$ 100 em uma década e figura como a maior posição de sua carteira, com 40% do portfólio, contou o investidor ao Infomoney em 2022.

O Método Barsi de investimentos

Método Barsi era simples, apesar de levar um certo tempo para ser concluído. Sua ideia era comprar 1.000 ações da mesma empresa todos os meses, durante 30 anos. Segundo Barsi, a partir do 8º mês, os dividendos recebidos seriam suficientes para serem reinvestidos, não havendo necessidade de pagar do bolso.

O Método Barsi em prática: Após definir sua estratégia, o Método Barsi foi colocado em prática, com investimento inicial na Companhia Energética de São Paulo (CESP). Nisso ele estabeleceu a meta de possuir 100.000 ações da CESP, que na época o preço era equivalente a R $ 0,50.

De acordo com Barsi, a empresa foi escolhida por pagar semestralmente dividendos com prioridade mínima e dividendos obrigatórios de 10% do valor nominal, que hoje vale R $ 1,00. Na época, sua meta era acumular o equivalente a US $ 5.000, que segundo seus próprios cálculos eram menos que um carro popular.

Logo em seguida, seu objetivo foi alcançado, e novos objetivos surgiram sendo atingidos. Assim, Barsi passou a aplicar técnicas de reinvestimento. Para isso, utilizou os recursos que recebia de dividendos para comprar mais ações das empresas selecionadas, aumentando sua posição nessas empresas. Depois de seguir essa fórmula por 10 anos, com paciência e disciplina, Barsi se aposentou.

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