Cada vez mais, negócios que aliam prosperidade econômica, conservação dos recursos naturais e desenvolvimento em comunidades tradicionais vêm ganhando espaço na Amazônia Legal. Bioeconomia, gestão de resíduos sólidos e turismo de base comunitária são alguns dos segmentos que mais têm se valorizado quando se fala no assunto.
Essa tendência se confirmou na 2ª edição do Lab de Impacto, programa de aceleração do Impact Hub Manaus, que recebeu 150 inscrições de negócios, dos nove estados da Amazônia Legal, que buscam promover o desenvolvimento sustentável.
O Amazonas liderou as inscrições, com 77 projetos (51,33%), seguido do Pará, com 29 (19,33%). A diversidade dos participantes também impressiona: 90 negócios atuam em áreas urbanas, 15 em territórios rurais e 13 em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS). Além disso, 84 projetos são liderados por mulheres e pessoas pardas, reforçando a importância da inclusão no ecossistema de inovação.
Do total, 24 projetos atuam com produtos da sociobiodiversidade; 14 em gestão de resíduos, educação e tecnologias verdes; 13 trabalham em áreas de florestas e uso do solo; e 11 no setor de alimentação.
“Os dados mostram uma grande diversidade de perfis e propostas em estados e municípios. Isso é essencial, pois cada local da Amazônia tem desafios e oportunidades únicas. A inovação deve estar conectada à escuta ativa dos amazônidas, garantindo soluções eficazes para o desenvolvimento sustentável da região”, destaca Marcus Bessa, cofundador do Impact Hub Manaus.
m relação aos tipos de projeto, 89 se inscreveram como negócios de impacto, enquanto 34 como startups. Além disso, 104 consideram seus produtos e serviços em fase de MVP (do inglês, “Minimum Viable Product”) e lançamento no mercado; enquanto 46 estão na fase de Piloto (Protótipo Desenvolvido) e em processo de teste de mercado.
Em relação ao faturamento, 128 empreendimentos têm receita mensal de até R$ 50 mil, enquanto 13 empreendimentos faturam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, mensalmente.
Os números reforçam um estudo do Impact Hub Manaus, realizado em 2021, que apontou que 42,9% dos negócios indicaram a necessidade de capital para investir em sua expansão. Outro dado importante é que 51% destacaram que um aporte de até R$ 100 mil seria essencial para evoluírem de fase.
“Vamos investir até R$ 600 mil nesta segunda edição do ‘Lab de Impacto’, apoiando negócios em diferentes estágios. Além do capital semente, que varia de R$ 30 mil a R$ 100 mil, vamos garantir formação especializada, mentorias e conexões estratégicas. O objetivo é fortalecer essas soluções para transformar a Amazônia”, finaliza Bessa. O programa agora passa para a segunda fase, de habilitação e seleção dos interessados, com previsão de anúncio dos selecionados para o próximo mês.
O “Lab de Impacto” é uma realização do Impact Hub Manaus, em parceria com a Bemol, Singulari Consultoria e a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA).
