Marta Suplicy pediu demissão do cargo de secretária de relações internacionais da cidade

Ex-prefeita deve se aliar a Boulos em candidatura para prefeito

Nesta terça-feira, Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e até então secretária de Relações Internacionais, renunciou ao cargo, marcando sua saída da administração do prefeito Ricardo Nunes. A decisão foi formalizada durante uma reunião com o prefeito, onde ela entregou uma carta expressando sua intenção de deixar o cargo.

Na carta, Marta agradeceu pela oportunidade de contribuir para a atual gestão, destacou realizações de sua pasta e indicou novos rumos para sua vida política. Ela mencionou que, diante do cenário político que se desenha na cidade, decidiu, de comum acordo, apresentar sua renúncia à Secretaria Municipal de Relações Internacionais.

A prefeitura de São Paulo, em comunicado à imprensa, informou que Nunes convocou a secretária para esclarecer as informações divulgadas pela mídia. Durante o encontro, foi decidido, em acordo mútuo, que Marta deixaria suas funções na secretaria.

Este movimento ocorre em meio a uma possível aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e discussões com o deputado federal Guilherme Boulos para ser candidata a vice em uma chapa liderada pelo parlamentar para o Executivo municipal. Este cenário colocaria Marta em uma posição contrária à reeleição de Nunes, que se prepara para disputar o cargo novamente e deve contar com o apoio do governador Tarcísio de Freitas e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A expectativa é que Marta retorne ao Partido dos Trabalhadores, no qual foi filiada durante grande parte de sua carreira política. A construção de uma possível chapa Boulos-Marta é vista nos bastidores como estrategicamente forte eleitoralmente, reunindo o segundo colocado na última eleição municipal e uma ex-prefeita com boa reputação nas periferias.

Marta Suplicy governou São Paulo entre 2001 e 2004 e ocupou o cargo de ministra do Turismo nos governos Lula e Dilma. No entanto, deixou o PT durante a Lava Jato para se filiar ao MDB. Seu afastamento do partido se consolidou durante o impeachment de Dilma Rousseff, quando votou favoravelmente, e ela apoiou o governo de Michel Temer. Em 2016, concorreu à prefeitura de São Paulo pelo MDB, mas foi derrotada por João Doria. Em 2020, apoiou Bruno Covas e, como vice-prefeito na chapa, Nunes assumiu após a morte de Covas.

Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

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