Num contexto de aceleração das alterações climáticas e de guerra na Ucrânia, a transição energética é uma prioridade para a França. Esta transição energética passa por aquilo a que o governo chama “sobriedade energética”, ou seja, a vontade de reduzir o consumo de energia do país através da mudança de hábitos e comportamentos.
Tornar o país autossuficiente e, por conseguinte, independente do gás russo é uma das metas do plano de sobriedade energética instaurado em outubro de 2022. Algumas metas designadas foram: evitar a escassez de eletricidade no inverno, reduzir as faturas de energia, cujo preço registou um forte aumento, aplicar diretrizes rigorosas em matéria de temperatura para instalações e edifícios comerciais, utilizar ferramentas para gerir, monitorizar e medir o consumo de energia em tempo real, desenvolver cláusulas de eficiência energética nos contratos com todas as partes interessadas e instalar sistemas independentes de aquecimento ou de recuperação de calor.
Esta iniciativa inscreve-se igualmente numa estratégia ambiental a longo prazo que visa transformar os hábitos e comportamentos a longo prazo. O objetivo é reduzir o consumo de energia em 40% até 2050 para atingir a neutralidade carbónica e quebrar a dependência dos combustíveis fósseis.
Pensando a curto prazo com o intuito de evitar a escassez, a França implementou um plano de redução do consumo total de energia em 10% no prazo de dois anos.
As medidas de autossuficiência energética pretendem limitar a quantidade de energia consumida para atender às necessidades da população. Elas podem incluir a redução do termostato do sistema de aquecimento ou passar a andar a pé ou de bicicleta, em vez de dirigir.
Melhor Regulamentação, Adaptação e Implantação de sistemas de Gestão de Energia
Implementar soluções técnicas que consumam menos energia. Exemplos: substituição de equipamentos, iluminação de baixo consumo, etc.
Elaborar cláusulas de poupança de energia nos contratos com todos os intervenientes (fornecedores, subcontratantes, clientes, etc.) para os comprometer com planos de ação de poupança de energia.
Instalar sistemas autónomos de aquecimento ou de recuperação de calor. Sempre que possível, pode também instalar bombas de calor, painéis fotovoltaicos nos telhados ou turbinas eólicas.
Sensibilizar e aplicar os regimes existentes para apoiar a mobilidade sustentável das empresas
Otimizar as viagens de negócios, agrupando as deslocações e eliminando as viagens desnecessárias. Recomenda-se também que sejam dadas instruções de viagem claras, tais como a utilização do transporte aéreo apenas quando o tempo de viagem de comboio for superior a 4 horas para uma viagem simples ou a 6 horas para uma viagem de ida e volta no mesmo dia.
Implementar o pacote de mobilidade sustentável – encorajando os trabalhadores da sua empresa a utilizar os transportes públicos, a partilha de automóveis ou mesmo a bicicleta nas suas deslocações casa-trabalho – e o sistema de crédito de mobilidade para os trabalhadores com automóveis da empresa, para lhes permitir utilizar modos de transporte alternativos (comboio, táxi, bicicleta), tanto a nível profissional como privado.
Otimizar ou criar e contratar planos de mobilidade com os parceiros sociais. Isto permitirá, entre outras coisas, dar preferência a veículos eléctricos com baixas emissões para as frotas das empresas.