Mercado de crédito de carbono promete se consolidar em 2025

Brasil avança em direção à consolidação de um mercado regulado

Divulgação Freepik

O mercado de crédito de carbono no Brasil vive um momento de transformação. Com a recente aprovação do projeto de lei que estabelece o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), o país dá um passo importante rumo à consolidação de um mercado regulado. Esse avanço abre novas oportunidades para empresas e investidores que buscam alinhar suas estratégias de negócios com a sustentabilidade.

Em paralelo, a demanda por créditos de carbono tem se intensificado, impulsionada pela adoção de práticas ESG (ambiental, social e de governança) nos negócios. Esse movimento vem gerando impactos diretos nos setores de energia, transporte e agropecuária, que estão em processo de adaptação para reduzir suas emissões. Com a implementação de um mercado regulado, o Brasil se posiciona de maneira estratégica no cenário global, aproveitando sua biodiversidade e capacidade de desenvolver soluções baseadas na natureza.

Pedro Kraus, CEO da LuxCS, certificadora brasileira de carbono, ressalta que “o Brasil possui vantagens comparativas frente a outros países, com sua rica biodiversidade e a implementação de um sistema regulatório moderno e robusto. As perspectivas para 2025 indicam maior integridade de projetos, onde muitos proprietários de áreas de florestas iram retirar os seus planos da gaveta. O cenário que se mostra com a implantação da regulação do mercado de carbono é de maior segurança e conformidade, aliado a um conjunto robusto de regras. Vamos caminhar a passos largos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (G.E.E.) e aumentar a validação e a verificação de remoções de carbono da atmosfera”. 

A inovação tecnológica será um dos principais pilares do mercado de créditos de carbono no próximo ano, afirma o CEO, com o blockchain e a inteligência artificial (IA) desempenhando papéis essenciais. A blockchain garantirá a segurança e a transparência das transações, permitindo o rastreamento preciso dos créditos de carbono desde sua criação até seu uso final, reduzindo fraudes e aumentando a confiança dos investidores. A IA, por sua vez, otimizará a análise de dados ambientais e operacionais, identificando oportunidades de redução de emissões e melhorando a precisão das estimativas.

Atualmente, o Brasil está inserido principalmente no mercado voluntário de créditos de carbono, onde as empresas compram créditos para compensar suas emissões de maneira não obrigatória. No entanto, está em transição para um mercado regulado, o que trará maior estrutura e segurança aos investidores, criando uma demanda mais previsível e estável por créditos de carbono, como já ocorre na União Europeia, China, Coreia do Sul e Estados Unidos.

“Estamos apenas começando a explorar o potencial desse mercado. Com inovação, uma regulação sólida e o engajamento das empresas (sugestão: empresas e autoridades), o Brasil pode se tornar um modelo global no setor”, finaliza o CEO da LuxCS.

Sair da versão mobile