O mercado de saneamento básico estima o retorno das grandes concessões para 2024. De acordo com as expectativas de especialistas, R$ 27 bilhões devem ser investidos em contratações, principalmente por conta dos projetos previstos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelas Parcerias Público-Privadas (PPPs), da Sanepar.
Além dos leilões, há uma grande expectativa pela privatização da Sabesp, que caso ocorra, será o maior marco no mercado. Percy Soares Neto, diretor-executivo da Associação das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto (Abcon), afirma que no ano que vem “devemos entrar em um segundo ciclo de projetos, que é bem promissor”.
“Estão em modelagem as concessões em Sergipe e no Pará, com firme engajamento dos governadores, e começam a pipocar PPPs pelos Estados”, completa o diretor-executivo. O BNDS deve realizar leilões na Paraíba, Sergipe, Rondônia e Pernambuco – outros que estavam previstos, como no Pará, Goiás e Porto Alegre, devem ocorrer nos próximos anos.
O setor privado aguarda as concessões com expectativa, principalmente empresas que já atuam na área. A competitividade é benéfica para o mercado, contudo, não há interesse das operadoras nos projetos a curto prazo.
“Para os projetos no padrão BNDES devemos ver uma competição similar à que já vimos. O momento ainda é difícil. As empresas estão alavancadas, não estão com espaço no balanço. Há pontos positivos, como as debêntures de infraestrutura, que trazem um novo mecanismo de financiamento, mas o custo ainda é elevado. Acredito que para esses projetos veremos os grupos já tradicionais, eventualmente com parcerias com fundos de investimentos”, afirma Karla Bertocco, sócia da Mauá Capital, em entrevista cedida a Valor.
Fonte: Valor Econômico.