O México anunciou um aumento nas tarifas de importação de automóveis da China e de outros países asiáticos, elevando a taxa de 20% para 50%. A decisão foi informada pelo ministro da Economia, Marcelo Ebrard, nesta quarta-feira. A medida, segundo ele, visa proteger empregos locais de uma concorrência desleal.
Ebrard afirmou que a ação está dentro dos limites da Organização Mundial do Comércio (OMC) e busca proteger o mercado mexicano de veículos que estariam sendo importados “abaixo dos preços de referência”. Os setores de veículos leves e autopeças seriam os mais afetados pelos preços mais baixos da China.
O aumento das tarifas acontece em meio à pressão dos Estados Unidos para que países da América Latina limitem seus laços econômicos com a China. Curiosamente, a medida contraria a posição anterior do próprio ministro, que no início do ano se manifestou contra tarifas, argumentando que elas prejudicavam o crescimento econômico e o controle da inflação.
Foi proposta uma reforma ao sistema tarifário com o propósito de corrigir desequilíbrios no comércio e gerar cerca de 70 bilhões de pesos de receita. As modificações devem incidir sobre setores como automotivo e manufatureiro, e — novamente — atingir produtos importados de países sem acordo comercial com o México.
O governo também decidiu impor cuotas compensatórias (tarifas adicionais) ao calçado importado da China, cujo valor seja inferior a US$ 22,58 por par. Essas tarifas variam entre US$ 0,54 e 22,50 por par. Produtos do Vietnã ficaram isentos. A medida pretende combater o “dumping” e reforçar a indústria calçadista local.