Microsoft corta 6 mil funcionários e acelera com inteligência artificial

A Microsoft anunciou nesta terça-feira (13) a demissão de cerca de 6 mil funcionários, atingindo diferentes países e áreas, inclusive o Brasil. Mesmo com um lucro líquido de US$ 25,8 bilhões no último trimestre, a gigante optou por uma reestruturação. O LinkedIn, a divisão Xbox e setores estratégicos de tecnologia estão entre os mais afetados.

A justificativa oficial fala em mais agilidade e menos níveis gerenciais. Mas, para quem perdeu o crachá, o que se sente é a chegada de um novo tempo: mais silencioso, mais automatizado e cada vez menos humano.

Na LlamaCon 2025, o CEO Satya Nadella afirmou que até 30% do código da Microsoft já é escrito por IA. Ela, antes vista como apoio, agora assume a dianteira em parte do desenvolvimento de produtos, reduzindo a necessidade de profissionais dedicados às tarefas mais operacionais.

Johnny Soares, especialista em TI e desenvolvimento de sistemas, observa essa virada de dentro do setor. “Há uma eficiência real, claro. Mas também há um silenciamento. Pessoas fazem trocas no corredor, os erros que viravam ideias, os sorrisos cansados no fim de um expediente, nada disso vem no pacote da IA. E talvez nunca venha”. Segundo Soares, não é só o que se produz que está mudando, mas a forma como nos relacionamos com o trabalho. “Antes, tínhamos gente liderando projetos. Agora, temos scripts coordenando entregas”.

As dispensas da Microsoft seguem a mesma trilha de Amazon, Meta e Google, que também têm cortado equipes enquanto anunciam avanços em automação e IA generativa. O discurso é sempre parecido: mais foco, mais resultado, menos burocracia.

Em janeiro, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg anunciou que cortaria cerca de 5% de seus funcionários com “menor desempenho”. Alguns destes funcionários, no entanto, seriam substituídos. Como a empresa tem cerca de 72 mil pessoas trabalhando em todo o mundo, as demissões atingiriam aproximadamente 3.600 pessoas.

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