Minério de ferro sobe apoiado por compras chinesas e redução de oferta global

Os preços futuros do minério de ferro registraram alta nesta quarta-feira (19), atingindo o patamar mais elevado em mais de duas semanas. O movimento de valorização é impulsionado pela demanda firme na China, o maior mercado consumidor global do minério, e pela queda na oferta doméstica chinesa.

Na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), na China, o contrato de minério de ferro mais negociado, com vencimento em janeiro, encerrou o dia com uma valorização de 0,76%, cotado a 791,5 iuanes (US$ 111,32) por tonelada. Durante a sessão, o contrato chegou a ser negociado a 797 iuanes, seu nível mais alto desde 3 de novembro.

No mercado internacional, o minério de ferro de referência para dezembro na Bolsa de Cingapura também subiu 0,14%, chegando a US$ 104,55 por tonelada, após ter alcançado a máxima de US$ 104,95, maior valor desde 4 de novembro.

Analistas e traders indicam que, devido à prolongada recessão imobiliária e às margens apertadas do aço, as usinas siderúrgicas chinesas têm mantido uma estratégia de baixo estoque de matérias-primas nos últimos três anos.

Essa estratégia, embora cautelosa, obriga as usinas a retornar ao mercado spot para reabastecer cargas com mais frequência. Essa necessidade constante de compra tem o efeito de melhorar a liquidez spot, funcionando como um amortecedor contra quedas mais acentuadas nos preços.

Segundo Ge Xin, vice-diretor da consultoria Lange Steel, a produção de aço se mantém alta. “As usinas têm ajustado sua estratégia de produção de forma flexível, passando a fabricar mais aço plano quando isso é mais lucrativo. Como resultado, a produção de metal quente ainda se manteve em nível relativamente alto.”

O metal quente é um indicador crucial da demanda por minério de ferro, já que é o produto de alto-forno, enquanto o aço plano é predominantemente utilizado no setor de manufatura.

Outro fator que sustenta os preços é a menor oferta doméstica chinesa. Dados oficiais divulgados na terça-feira (18) mostraram que a produção de minério bruto (na boca de mina) caiu 2,9% em outubro em comparação com o ano anterior, totalizando 84,03 milhões de toneladas.

Apesar do rali atual, os analistas alertam que o potencial para uma alta adicional dos preços pode ser limitado. Os motivos de cautela incluem os altos estoques nos portos e as previsões de um aumento na oferta de cargas marítimas (o minério importado) no futuro próximo.

*Com informações da Reuters

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