Ministro da Fazenda sinaliza cortes de juros no Brasil nos próximos meses

Haddad Cede à Pressão do Congresso e Anuncia Acordo Tributário com Foco em Bets e Sistema Financeiro

Foto: Washington Costa/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira esperar que o Banco Central inicie o ciclo de cortes nas taxas de juros “nos próximos meses”. A expectativa do ministro se baseia, principalmente, em uma perspectiva cambial mais favorável para a economia brasileira.

Haddad aproveitou ainda para defender a metodologia utilizada pelo IBGE no cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), após críticas de diferentes setores. Para o ministro, a forma como o instituto mede a inflação é “consagrada” internacionalmente e já leva em conta fatores como núcleos inflacionários, efeitos sazonais e choques externos.

Em um evento promovido pelo Banco J. Safra, Haddad destacou a valorização do real em relação ao dólar. Ele lembrou que, no início do ano, havia projetado o dólar a R$ 5,70 e celebrou o fato de a moeda norte-americana estar próxima de R$ 5,30. Apesar de a cotação mais baixa impactar a arrecadação de impostos, o ministro a classificou como uma “boa notícia”, trazendo “mais otimismo quanto ao equilíbrio entre as taxas de juros e a taxa de câmbio”.

A declaração de Haddad acontece um dia antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa básica de juros, a Selic. O mercado espera que a Selic, atualmente em 15% — o maior patamar em quase duas décadas —, seja mantida, encerrando um ciclo de 450 pontos-base de alta. A decisão do Copom visa conter a inflação, que segue acima da meta de 3%.

Apesar do cenário desafiador, Haddad demonstrou otimismo com os resultados econômicos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele projetou que Lula encerrará seu mandato de quatro anos, em 2026, com a menor inflação acumulada já registrada, projetada para ficar abaixo de 20%.

O ministro também prevê um crescimento econômico médio de 3% ao ano e o desemprego em níveis historicamente baixos. Segundo Haddad, esses fatores resultaram em uma posição fiscal mais forte do que a herdada do governo anterior.

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