MPF pede extradição de ex-CEO das Americanas

Miguel Gutierrez chegou a ser preso na Espanha, mas foi solto em audiência de custódia

Metrópoles

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Justiça Federal no Rio de Janeiro a extradição do ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, que está na Espanha. Segundo os procuradores, o ex-dirigente é considerado o principal responsável pela fraude bilionária contra o conglomerado. A notícia foi publicada pela coluna de Lauro Jardim no jornal “O Globo” e confirmada pelo g1.

No ofício, o MPF argumenta que o requerimento é necessário porque, “caso negada a extradição, abre-se a possibilidade de processamento do requerido no Reino da Espanha”. O executivo foi preso no dia 28 de junho em Madri, mas acabou sendo liberado na audiência de custódia e terá de cumprir uma série de obrigações impostas pela Justiça espanhola.

De acordo com o MPF, os investigados formavam uma “verdadeira associação paralela, cujas funções não correspondiam às suas atribuições na empresa, com o objetivo de cometer crimes ao longo do tempo”.

A prisão de Gutierrez foi parte da Operação Disclosure, deflagrada no fim de junho pela Polícia Federal. Além do ex-CEO e de Anna Saicali, outros ex-executivos da Americanas foram alvos de busca. A Justiça Federal ordenou o bloqueio de R$ 500 milhões dos envolvidos.

Segundo a Polícia Federal, a fraude distorceu os resultados financeiros do conglomerado para mostrar um falso aumento de caixa, valorizando artificialmente as ações da Americanas na bolsa.

Com esses números manipulados, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e lucravam com a venda das ações infladas no mercado financeiro. Foram identificados diversos crimes, incluindo manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os acusados poderão enfrentar penas de até 26 anos de prisão.

A força-tarefa contou com a participação de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual administração do Grupo Americanas também colaborou com o compartilhamento de informações da empresa.

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