O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), anunciou que irá abrir inscrições nesta segunda-feira (15), para a oitava edição do Programa Diversidade em Conselho (PDeC), com foco em capacitar e alavancar a carreira de mulheres interessadas em ocupar a posição. A iniciativa entra como parte de uma importante discussão a respeito de mais diversidade em Conselhos de Administração.
O debate a respeito de mais diversidade dentro dos conselhos administrativos não é recente – muito pelo contrário, já que as mudanças passaram a acontecer depois de uma massiva reação do mercado a falta de representatividade em papéis de alto nível em empresas.
Em 2018, nasceu o conceito do projeto “Histórias de Sucesso – Mulheres no Conselho”, idealizado por Fabiana Monteiro, fundadora da Editora Global Partners – e em 2020, foi criada uma curadoria do ecossistema de conselhos e equidade de gênero, com a presença de Adriana Muratore, Andrea Mota Baril, Vera Bermudo, Cecília Andreucci, Christiane Aché, Juliana Rozenbaum e Raquel Teixeira. A iniciativa nasceu para revelar práticas ESG a partir da trajetória de profissionais conselheiras. Esse foi um dos pontapés mais importantes do mercado editorial para uma compreensão do tema.
Em debate promovido pelo Exame, Jandaraci Araújo, conselheira de administração e uma das fundadoras do projeto Conselheira 101, programa que amplia a presença de mulheres negras e indígenas em conselhos de empresas, afirma que 47% das profissionais que passaram pelo programa conseguiram ocupar o cargo.
“Diziam que não existiam mulheres negras ou indígenas qualificadas. Mostramos o contrário, mulheres negras e indígenas com doutorado, fluentes em várias línguas, que estão tirando as falsas barreiras que impediam a entrada delas nas organizações”, disse Araújo.
A KPMG, que presta serviços de auditoria, fez uma pesquisa a respeito do crescimento no número de mulheres conselheiras no Brasil. De acordo com o levantamento, em 2021 a presença feminina era de 14% – em 2022, o número subiu para 16%.
Há urgência no mercado brasileiro com o desenvolvimento de mulheres como conselheiras administrativas. De acordo com estudo publicado pela Harvard Business Review, das 163 empresas analisadas em 13 anos, as que possuem mulheres em conselhos têm maior abertura para mudanças, menor propensão a risco e maior foco em inovação.
“Há uma maior consciência de que conselhos diversos trazem melhores resultados, principalmente nesse ambiente em constante mudança que vivemos”, aponta Leila Loria, conselheira de administração e co-chair da Women Corporate Directors (WCD), em entrevista para a Forbes.
Para participar do Programa Diversidade em Conselho (PDeC) do IBGC, as candidatas precisam ocupar uma posição C-Level, com pelo menos 10 anos de experiência profissional em cargos altos, disponibilidade para entrar em conselhos e formação acadêmica reconhecida. Serão selecionadas 35 participantes, com 5 bolsistas. Para saber mais, entre no site do IBGC aqui.