As mulheres que ocupam cargos de liderança se destacam por trazer um olhar diferenciado para o mercado de trabalho, contribuindo com habilidades e conhecimentos que auxiliam na gestão de equipes e facilitam a tomada de decisões mais assertivas.
Com um papel inclusivo, elas influenciam positivamente nos resultados das companhias, pois conseguem construir um ambiente com um nível elevado de criatividade, colaborativo e dinâmico.
Até pela necessidade de superar determinadas barreiras impostas no passado, as mulheres que almejam posições de liderança costumam demonstrar grande intensidade no processo de preparação, adquirindo conhecimentos amplos em diferentes campos, de modo a refinar o poder de análise, que já é bastante rico.
Com tamanho empenho e qualidade, as mulheres ocupam cada vez mais posições de liderança no mercado de trabalho, reforçando a equidade no setor.
Liderança feminina em números
Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) avaliou 295 companhias brasileiras, revelando que 78% delas têm mulheres em cargos de liderança. Por sua vez, pouco mais da metade (57,5%) conta com ao menos uma mulher no conselho administrativo. Além disso, 22,4% das companhias avaliadas não têm nenhuma profissional no C-Level (os cargos de diretoria) ou conselhos.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda engatinha quando o assunto é a presença de mulheres em cargos de conselhos de administração das empresas. Para se ter uma ideia, o País ocupa a 39ª posição em um ranking de equidade de gênero na alta gestão, dentre 51 países envolvidos em um estudo realizado pela consultoria organizacional Deloitte.
A média mundial, porém, não é muito alta, não chegando a 20% dos cargos para mulheres em conselhos de administração. A participação das mulheres nesses cargos de liderança pode, naturalmente, crescer ainda mais, amplificando esses números. A evolução constante, aliás, demonstra uma mudança na linha de pensamento, que apresentava resistência com a presença feminina em posições de tamanha importância.
Habilidades e competência
O espaço conquistado pelas mulheres em cargos de liderança foi construído por meio de suas habilidades, competências e, claro, um perfil diferenciado.
Todo esse processo evolutivo ocorreu com a superação feminina de inúmeros desafios, vencendo preconceitos para conquistar espaços e, com isso, construir o empoderamento feminino.
Dentro desse estilo, saber escutar para trazer contribuições nos instantes exatos e a capacidade de entrar em discussões a respeito de temas delicados que precisam ser debatidos fazem parte dessas características absolutamente valorizadas. Em tempos de ESG (ambiental, social e governança), desenvolver estratégias ambientais, sociais e de governança é extremamente valorizado nas empresas.
Nesse quesito, o olhar feminino em um cargo de liderança faz com que o assunto ganhe ainda mais corpo, mostrando o empenho feminino em trabalhar em companhias com temáticas sociais e ambientais.
Diversidade de ideias e opiniões
A presença da mulher em cargos de liderança ou de um conselho empresarial também faz com que a diversidade seja um ponto fundamental para decisões com mais qualidade.
É importante entender que um conselho homogêneo na forma de pensar, por exemplo, não é considerado o ideal. Afinal, a diferença de pontos de vista serve para enriquecer o debate, fazendo com que decisões mais satisfatórias sejam tomadas envolvendo qualquer assunto.
Dentro deste aspecto da diversidade, uma empresa em que as mulheres ocupam todos os níveis de cargos, especialmente de liderança e no conselho, naturalmente atrairá outros jovens talentos femininos, em um processo de representatividade e inspiração.
Ainda com relação a oportunidades, as mulheres possuem aptidão para atuar na atração e retenção de talentos, podendo contribuir na criação e consolidação de políticas específicas nesta área. Trata-se de um importante trunfo em um cenário atual que se mostra de alta competitividade.
Home office e a liderança feminina
O home office foi outro aspecto que contribuiu para o crescimento da quantidade de mulheres em cargos de liderança nas companhias. Moldar o horário de trabalho fez com que fosse possível conciliar com maior eficiência os compromissos profissionais com os familiares, derrubando barreiras geográficas, sendo possível exercer funções mesmo morando longe das empresas, e, por consequência, reduzindo custos.
Essa realidade faz parte do futuro do trabalho, cada vez mais flexível e inclusivo. Não à toa, um estudo publicado pela Harvard Business Review demonstrou que as empresas que possuem mais mulheres em cargos de liderança estão mais abertas a mudanças, menos propensas a riscos e mais focadas em inovar. Essa conclusão veio a partir de análises realizadas por 163 empresas ao longo de 13 anos.