A Natura apresentou nesta segunda-feira um resultado líquido negativo de R$ 150,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, representando uma diminuição de 83,9% nas perdas em comparação com o mesmo período de 2024.
O Ebitda recorrente da companhia de cosméticos alcançou R$ 789,5 milhões, um crescimento de 30,1% em relação ao ano anterior e superando a projeção de R$ 623 milhões dos analistas consultados pela LSEG.
Apesar do progresso operacional, os resultados da Natura ainda foram impactados por R$ 190 milhões em custos de transformação e R$ 251 milhões em despesas financeiras. Estas últimas foram parcialmente influenciadas pela oscilação cambial e por perdas com derivativos.
Ademais, a dívida líquida da companhia no trimestre atingiu R$ 2,9 bilhões, um aumento em relação aos R$ 2,4 bilhões registrados no quarto trimestre de 2024. Segundo a Natura, esse incremento na dívida ocorreu devido à geração de caixa negativa de R$ 692 milhões e à destinação de R$ 60 milhões para o programa de recompra de ações. Esse aumento foi parcialmente atenuado pela valorização do real frente ao dólar, que reduziu a dívida total em cerca de R$ 250 milhões
A receita líquida da empresa nos três meses iniciais de 2025 totalizou R$ 6,68 bilhões, montante em linha com a expectativa do mercado, que era de R$ 6,56 bilhões, conforme dados da LSEG. O presidente-executivo da Natura, João Paulo Ferreira, declarou nesta terça-feira que o objetivo da reestruturação da Avon Internacional é que a operação deixe de consumir caixa a médio prazo, embora isso não deva ocorrer em 2025.
“O objetivo é que a médio prazo — isso não é instantâneo — a queima de caixa seja eliminada”, afirmou o executivo durante a primeira teleconferência de resultados após a aprovação pelos acionistas do processo de incorporação da Natura&Co pela Natura Cosméticos, com conclusão prevista para as próximas semanas. “É improvável zerar o consumo dentro deste ano, mas a expectativa é que haja uma redução ainda esse ano”, complementou.