Com o mundo ainda dividido sobre a ambição de seu primeiro tratado sobre plásticos, os países estão considerando realizar uma série de reuniões menores antes do acordo previsto para dezembro. Ainda há decisões pendentes sobre se o tratado deve apelar para a redução da quantidade de plásticos produzidos. Durante a última semana de negociações na capital do Canadá, Ottawa, mais de 60 países defenderam a inclusão de limites de produção no tratado.
A União Europeia, junto com Ruanda, Peru, Noruega, Gana e outros governos que se autodenominam Coligação de Alta Ambição, afirmaram que os negociadores devem dedicar os próximos meses ao estudo da possibilidade de redução de alguns tipos de plásticos.
Com a produção de plástico caminhando para triplicar até 2050, esses níveis “são insustentáveis e excedem em muito as nossas capacidades de reciclagem e gestão de resíduos”, afirmou Juliet Kabera, negociadora-chefe do Ruanda.
Ruanda e Peru propuseram estabelecer níveis de referência para a quantidade de plástico necessária e utilizada em cada país para evitar a superprodução. Tais esforços para direcionar a produção enfrentam forte oposição de alguns países produtores de petroquímica, como a Arábia Saudita e a China.
Nenhum país se opôs ao plano de grupos de trabalho intersessões, ao contrário do que ocorreu durante as negociações de novembro em Nairobi, quando a Arábia Saudita bloqueou o avanço do trabalho sobre o projeto de tratado fora das cúpulas oficiais.
Milhares de pessoas se registraram para participar das conversações em Ottawa, incluindo centenas de lobistas representando as indústrias química e de combustíveis fósseis.