A Novonor, antiga Odebrecht, recebeu uma proposta não vinculante do empresário Nelson Tanure para a aquisição do controle da Braskem. A informação foi divulgada pela petroquímica em fato relevante na noite de sexta-feira, confirmando rumores que já circulavam na imprensa e que fizeram as ações da companhia dispararem na bolsa.
O fundo de Tanure, denominado Petroquímica Verde, manifestou a intenção de se tornar titular indiretamente das participações societárias que representam o controle da Braskem. A Novonor, atualmente, detém 50,1% do capital votante da petroquímica. A proposta inclui obrigações de exclusividade para a negociação dos termos e condições, indicando um avanço nas discussões.
Após a notícia da oferta circular na imprensa, a Braskem solicitou esclarecimentos à sua controladora, a Novonor. Em nota divulgada logo após o comunicado da Braskem ao mercado, Tanure reforçou seu compromisso: “Nosso compromisso é com o longo prazo, com a indústria nacional e com a construção de uma Braskem ainda mais forte.”
A Novonor tem buscado vender sua participação na Braskem há anos, em um processo marcado por repetidos fracassos em fechar acordos. Negociações anteriores envolveram grandes players globais como a Adnoc, de Abu Dhabi, a LyondellBasell, a Unipar Carbocloro e a J&F, mas nenhuma delas se concretizou até o momento.
A notícia da oferta de Tanure, primeiramente veiculada pelo jornal O Globo, causou um impacto imediato no mercado. As ações da Braskem registraram alta de mais de 9% no pregão da bolsa paulista, impulsionando o Ibovespa a uma alta de 0,4%, marcando a maior variação positiva do índice.
A Novonor possui um passivo que supera os R$ 15 bilhões junto a instituições financeiras como Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Parte dessa dívida está garantida pelas próprias ações da Braskem.
Os bancos credores têm defendido que a concretização de qualquer negócio envolvendo a petroquímica exige que a empresa gere resultados robustos, capazes de fazer frente a essa dívida. Esse cenário adiciona uma camada de complexidade à negociação, especialmente quando se considera o atual valor de mercado da Braskem, que é de R$ 8,5 bilhões.