A Nestlé pode aproveitar o novo início sob a liderança do novo CEO Laurent Freixe nos próximos meses para reduzir sua orientação financeira pela segunda vez neste ano, após meses de volumes de vendas fracos, segundo analistas e investidores.
Sob a gestão do ex-presidente Mark Schneider, que foi demitido em agosto, a maior empresa de alimentos do mundo já revisou suas projeções uma vez este ano. Em fevereiro, a Nestlé afirmou que esperava um crescimento orgânico nas vendas em torno de 4% para 2024, além de um aumento moderado na margem de lucro operacional subjacente.
Em julho, a Nestlé projetou um crescimento orgânico nas vendas “de pelo menos 3%” e um aumento percentual de um dígito médio nos lucros subjacentes à ação em moedas constantes, o que resultou em uma queda de mais de 5% nas suas ações.
“Muitos investidores estão se perguntando se a empresa realmente conseguirá manter a orientação de margem anterior ou se as marcas precisarão de um investimento adicional”, afirmou Jeneiv Shah, gerente de portfólio do investidor Sarasin & Partners, que possui ações da Nestlé. “Acho que agora é extremamente reconhecido que esse é um cenário potencial.”
Na quinta-feira, os analistas esperam que o grupo suíço relate um crescimento orgânico de vendas de nove meses de 2,5%, de acordo com um consenso fornecido pela empresa. O crescimento interno real, uma métrica que reflete os volumes de vendas, deve ter aumentado em 0,8%.
Os desafios de Freixe incluem reviver a inovação e o marketing, e reconquistar a confiança dos investidores nas principais marcas, que incluem o café Nescafé e os salgadinhos de wafer Kit-Kat.
Até 2025, a Nestlé espera “um crescimento orgânico de vendas de um dígito médio e uma margem de lucro operacional subjacente entre 17,5% e 18,5%”. Desde o início do ano, as ações da empresa caíram mais de 15% e aproximadamente 7% desde que Laurent Freixe assumiu sua nova carga em setembro.
*Com informações da Reuters