A gigante farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk (NOVOb.CO) e a Omeros (OMER.O), sediada nos Estados Unidos, anunciaram nesta quarta-feira a assinatura de um acordo de licenciamento que pode totalizar até US$ 2,1 bilhões. O foco da negociação é o medicamento experimental zaltenibart da Omeros, em desenvolvimento para o tratamento de doenças raras do sangue e dos rins.
Pelo contrato, a Novo Nordisk obtém os direitos globais exclusivos para desenvolver e comercializar o zaltenibart. O medicamento é projetado para inibir o MASP-3, uma proteína que funciona como ativador chave da via alternativa do complemento – um sistema essencial de proteínas sanguíneas que potencializa a capacidade do sistema imunológico de combater infecções.
O acordo prevê um pagamento inicial de US$ 340 milhões, além de pagamentos por marcos de curto prazo, totalizando o potencial de US$ 2,1 bilhões para a Omeros.
O zaltenibart já havia iniciado o recrutamento para testes em estágio avançado em março, focando na hemoglobinúria paroxística noturna (HPN), um distúrbio sanguíneo raro em que o sistema imunológico ataca e danifica células sanguíneas.
Segundo as empresas, o medicamento demonstrou diversas vantagens potenciais sobre outros inibidores de vias alternativas já disponíveis ou em fase de desenvolvimento, mostrando-se seguro e bem tolerado nos ensaios clínicos.
Após a conclusão da transação, prevista para o quarto trimestre de 2025, a Novo Nordisk planeja lançar um programa global para o tratamento da HPN com o zaltenibart e explorar seu desenvolvimento em uma variedade de outras doenças raras do sangue e dos rins.
Enquanto isso, a Omeros mantém seu foco na obtenção de aprovação regulatória para seu outro medicamento experimental, o narsoplimab, nos Estados Unidos e na Europa, para tratar a microangiopatia trombótica associada ao transplante, uma complicação grave após o transplante de células hematopoiéticas. A Omeros também manterá direitos específicos sobre seus programas pré-clínicos de MASP-3 não relacionados ao zaltenibart.