Nível de gravidade inigualado até hoje, com uma explosão demográfica em uma velocidade acelerada e num ritmo incontrolável, dilapidando recursos não renováveis e os renováveis em uma velocidade maior do que sua capacidade de regeneração.
O impacto das atividades antrópicas, com essa superexploração de recursos, traz como consequências, o desaparecimento de habitats essenciais à fauna e à flora, levando à extinção de espécies, a erosão do solo fértil, aumentando o preço dos produtos agrícolas, menos sumidouro de carbono, mais poluição do ar, aumento do desconforto térmico e de eventos climáticos extremos e cada vez mais catastróficos.
O desmatamento, as queimadas, a garimpagem, o agro pastoreio e a biopirataria representam alguns dos principais problemas ambientais enfrentados pelo bioma amazônico, que corroboram com o aquecimento global.
Mas, eis alguns obstáculos:
- 1. Falha em aceitar o fato que o sistema econômico é um sistema aberto em uma biosfera finita (esta impõe limites ao mesmo);
- 2. Falha em reconhecer que os sistemas ambientais naturais são a base de sustentação da vida na Terra (inclusive a vida humana e os seus sistemas produtivos);
- 3. Arrogância da humanidade em achar que controla a natureza;
- 4. Arrogância em acreditar que a tecnologia pode resolver todos os problemas da humanidade;
- 5. Falha em distinguir “crescimento” e “desenvolvimento” – o crescimento não conduz automaticamente a equidade e justiça social;
- 6. Erro em basear as metas de satisfação das necessidades sociais, bens, sustentabilidade econômica, justiça etc., principalmente em parâmetros ligados aos sistemas de mercado (pois estes falham, pois não avaliam o valor real da natureza);
- 7. Não consideração das necessidades e opções das gerações futuras (nossa obrigação).
Enfim, “a maioria das pessoas, sobretudo aquelas que não estudaram ciências biológicas, manifesta muito frequentemente uma tendência de situar o Homem em confronto com a natureza, ou mesmo, em oposição a ela. O erro de tal posicionamento antropocêntrico, é que o Homem não se admite, simplesmente, como parte integrante da natureza. O Homem tornar-se-á vítima da natureza à medida que desejar ser o seu rei!” Jean Friedel, cientista e filósofo francês, em 1921
Amanhã, dia 25 de fevereiro até dia 27, a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade – suspensa por falta de quórum nas primeiras horas de 2 de novembro de 2024 em Cali, Colômbia – será retomada em Roma, Itália, na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com a missão de mobilizar recursos financeiros para a biodiversidade e da estrutura do monitoramento das metas do Kunming – Montreal Global Biodiversity Framework (KMGBF).
Não precisamos de mais do mesmo. Precisamos de mais ações. Afinal, na corrida contra o tempo, nós já estamos atrasados.