O que dizem os economistas sobre os dados econômicos dos EUA

Dados sugerem uma inflação controlada e um consumo robusto

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 “O Core PCE se mostrou alinhado com o consenso do mercado, e revelou inflação de 0,2% no mês de agosto. Na variação acumulada em 12 meses, o indicador se manteve estável em 2,6%. O resultado é positivo, e consistente com a perspectiva de um corte de 25bps em setembro. A inflação vem mostrando trajetória de convergência em relação à meta de 2%, e os números parecem de fato consistentes com um pouco suave da economia. A preocupação ainda reside na resiliência da inflação de habitação, que avançou 0,35% em agosto, e 5,16% no ano contra ano. Entretanto, as projeções apontam para um comportamento mais suave desse componente no horizonte dos próximos meses. A preocupação agora é a folha de pagamento não agrícola, que será divulgada na próxima sexta-feira. Com o Fed se mostrando mais cauteloso em relação ao mercado de trabalho, certamente a atenção será sobrada sobre os dados de emprego.”, José Alfaix, Economista Da Rio Bravo.

       “Os recentes dados econômicos dos EUA sugerem uma inflação controlada e um consumo robusto, indicando uma economia saudável. O Núcleo do Índice de Preços PCE, tanto mensal quanto anual, veio alinhado com as expectativas, reforçando a ideia de que a inflação está sob controle. O crescimento do PIB a 3% e a estabilidade nos pedidos de seguro-desemprego apontam para um ambiente de crescimento moderado. Esse cenário de estabilidade permite ao Fed considerar cortes de juros em setembro, o que pode impactar positivamente a economia global, facilitando fluxos de capital para mercados emergentes como o Brasil. Com essa tendência, setores como tecnologia e infraestrutura no Brasil podem se beneficiar, uma vez que o custo de captação de recursos tende a diminuir, estimulando novos investimentos e expansão econômica.”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike

        ” Os dados do PCE vieram em linha com as expectativas, e até mesmo o núcleo da inflação foi um pouco mais baixo do que o previsto, o que é bastante positivo. Isso indica que a inflação está desacelerando enquanto a atividade econômica permanece robusta. Para o núcleo do PCE anual, a expectativa era de 2,7%, e o resultado foi de 2,6%. Já o índice de preços PCE anual tinha uma expectativa de 2,6% e veio em 2,5%. Portanto, ambos os índices anuais, tanto o geral quanto o núcleo, mostraram uma desaceleração. Esses resultados reforçam a tendência observada anteriormente, com o PIB crescendo 3% e o índice de preços do PCE ficando abaixo das expectativas. Isso sugere que a inflação está desacelerando em um contexto de forte atividade econômica. Agora, a atenção se volta para os dados do payroll da próxima semana, que devem gerar ainda mais pressão. No entanto, o mercado já está interpretando os dados recentes como positivos, refletindo-se em um movimento positivo do índice de preços. Isso também pode proporcionar um impulso adicional para o mercado de ações ao longo do dia. Em resumo, os dados são favoráveis.”, Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus

       “Os dados do PCE (Índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal) dos EUA divulgados hoje mostram um cenário de estabilidade inflacionária, com o núcleo do índice subindo 0,2% em julho, em linha com as expectativas do mercado. A taxa anualizada de 2,6% manteve-se inalterada em relação ao mês anterior, sinalizando que a inflação continua em trajetória de moderação, embora ainda acima da meta de 2% do Federal Reserve. Este panorama reforça a perspectiva de que o Fed poderá optar por um corte de juros mais conservador de 25 pontos-base em setembro, em vez de uma redução mais agressiva de 50 pontos-base, como alguns analistas especulavam. O impacto desse cenário na economia global, e particularmente no Brasil, tende a ser positivo, mas moderado. Um Fed menos agressivo nos cortes de juros pode manter o dólar relativamente forte, o que pode pressionar commodities cotadas na moeda americana, afetando exportadores brasileiros. Por outro lado, a estabilidade econômica nos EUA é benéfica para o comércio global. No Brasil, setores como o de tecnologia e empresas com exposição ao mercado americano podem se beneficiar. Além disso, a perspectiva de juros menores nos EUA, ainda que gradual, pode aumentar o apetite por risco dos investidores internacionais, potencialmente favorecendo mercados emergentes como o Brasil, especialmente se o país mantiver sua trajetória de controle inflacionário e crescimento econômico.”, Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações.

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