O “S” do ESG

Com a emergência da sigla ESG (do inglês, ambiental, social e governança) é senso comum que boas práticas de governança corporativa salvaguardam empresas e advogam em prol da perenidade dos negócios, com atenção aos aspectos de integridade, medidas anticorrupção, compliance e governança de dados.

Pelo lado ambiental, fica cada vez mais evidente a interconexão e dependência da sadia qualidade ambiental, incluída a gestão de riscos ambientais, com a dupla materialidade do impacto, ou seja, como sua empresa afeta o entorno e como o entorno pode afetar os resultados da empresa.

Agora, o S, do lado social, não pode ser menos importante. Não só porque estamos na Década da Ação da ONU e, após a pandemia do Covid-19, muitos indicadores da Agenda 2030 – um plano de ação para o planeta, pessoas, parcerias, paz e prosperidade, com 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, sem deixar ninguém para trás – estão muito distantes de serem alcançados.

Mas porque, a questão da diversidade, equidade e inclusão entrou no radar do setor financeiro, além de estar diretamente ligada aos direitos humanos, os quais são universais e deveriam ser aplicados sem discriminação e para todas as pessoas.

Então, considerando o reconhecimento da dignidade inerente a todo ser humano e de seus direitos iguais e inalienáveis como fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, descritos na Declaração Universal de Direitos Humanos, qual o motivo de mulheres ganharem menos do que os homens realizando funções iguais?

Quando falamos de diversidade, equidade e inclusão, abordamos sobre respeito, empatia e a aceitação às diferenças. Ademais, pessoas diversas trazem visões de mundo e capacidades analíticas distintas, as quais podem ser úteis na solução de desafios complexos pelos quais o mundo passa.

Para isso, é importante que sua empresa analise e mensure alguns marcadores identitários, para avaliar o estágio atual de sua organização refletindo sobre equidade de gênero, raça/etnia e demais grupos minorizados – pessoas com deficiência, neurodivergente, orientação sexual, etarismo e interseccionalidades -, a fim de compreender as desigualdades, inclusive, a sobreposição de opressões e discriminações existentes em nossa sociedade.

Segundo uma pesquisa divulgada no Guia de Boas Práticas da B3, pesquisas realizadas nos últimos 12 anos, em contexto internacional e brasileiro, têm apontado os seguintes diferenciais competitivos:

Isso nos mostra que destacar questões éticas e motivações com foco em gestão não são excludentes entre si, muito pelo contrário, são complementares. Então, novas narrativas precisam ser construídas e, nisso, é importante que diferentes organizações de todos os portes e regiões do país se engajem e reconheçam seu papel no avanço das discussões.

Então, após avaliar o estágio atual de sua organização, defina objetivos claros. Avalia se eles estão congruentes com os valores que a empresa prega. Envolva as lideranças para que deem o exemplo e promovam ações efetivas que vão além de posicionamentos na internet. Faça investimentos, invista em workshops, letramento e ações de sensibilização. Seja transparente ao apresentar números. Fique atento a sua cadeia de valor. Faça capacitação e treinamento. Crie grupos de afinidades, com defensores da causa (são eles que ajudarão na transformação). Monitore o progresso e esteja aberto para fazer melhorias contínuas. Por fim, celebre pequenas conquistas e aproveite para reafirmar o compromisso.

Com certeza, colaboradores felizes são mais engajados e todos acabam ganhando. Ganha o colaborador, ganha a família, ganha a comunidade e ganha a empresa. Seja você também parte de uma empresa que cura.

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