A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) bateu um novo recorde de medalhas. Ao todo, foram distribuídas 81.153 mil medalhas de ouro, prata e bronze para participantes de todos os estados do país, cerca de 38% a mais em relação à 2023. Quase a metade foi de alunos de escolas públicas (39.200).
Aplicada por meio de uma prova única, a OBA é dividida em quatro níveis. O nível 1, voltado para estudantes do 1º ao 3º ano do fundamental, teve quase 20 mil medalhistas. O nível 2, que vai do 4º ao 5º ano, contou com mais de 11 mil medalhas. Já o nível 3, do 6º ao 9º ano, foram quase 27 mil. Já o nível 4, destinado ao ensino médio, teve mais de 23 mil medalhistas.
O exame presencial aconteceu no dia 17 de maio de 2024 e apresentou dez perguntas, sendo sete de astronomia e três de astronáutica.
Astronomia e astronáutica de forma lúdica
Além da prova teórica, a OBA tem uma iniciativa que ensina a astronomia e a astronáutica de modo lúdico, divertido e estimulante: a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). Ao todo, foram 20.843 medalhas, nos 5 níveis. 13.305 medalhas foram de escolas públicas. Ou seja, o número representa mais da metade dos premiados.
O nível 1, para alunos do 1º ao 3º ano do fundamental, distribuiu quase 4 mil medalhas. Nessa modalidade, o objetivo é construir e lançar foguetes de canudo por impulso de ar comprimido. No nível 2, foram mais de 4 mil medalhas. No desafio, estudantes do 4º ao 5º ano lançam foguetes de papel movidos por impulso de ar comprimido.
Já o nível 3, obteve mais de 8 mil medalhas. Para os matriculados entre o 6º e o 9º, os participantes precisam elaborar e lançar foguetes de garrafa pet movidos com água e ar comprimido. O nível 4, que ficou com mais de 4 mil medalhas, envolve alunos do ensino médio que lançam foguetes movidos com vinagre e bicarbonato de sódio.
O nível 5 teve 77 medalhistas. Na modalidade, alunos do ensino médio ou superior lançam foguetes por meio de propulsão sólida.
Proposta
Segundo o astrônomo Prof. Dr. João Batista Garcia Canalle, coordenador das duas olimpíadas, a OBA e a MOBFOG tornam o aprendizado empolgante e disseminam de modo amplo o ensino da astronomia, astronáutica e ciências afins.
– Por meio das atividades e provas, conseguimos atualizar professores e ensinamos alunos de forma participativa, mostrando que estudar pode ser algo emocionante – afirma Canalle.
Desafios
Os melhores medalhistas do ensino médio da OBA podem ser convidados para as seletivas das olimpíadas internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) ou Latino-americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA).
Já os estudantes dos níveis 3, 4 e 5 com os melhores resultados na Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) são convidados para Jornada de Foguetes. Segundo o prof. João Canalle, o evento é uma oportunidade dos alunos e professores compartilharem conhecimentos de forma presencial com turmas de diferentes regiões.
– A iniciativa tem feito um grande sucesso. Em 2024, por exemplo, teremos 13 turmas com cerca de 250 a 300 pessoas em cada. Isso mostra o quanto os participantes estão empenhados para obter a classificação na jornada – destaca.
Vagas em universidades
O astrônomo lembra ainda que todo ano as olimpíadas científicas abrem portas para o ensino universitário. Por exemplo, há instituições de ensino superior que estão disponibilizando vagas e bolsas para medalhistas olímpicos que estão concluindo o ensino médio, como o Centro Universitário Facens, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de Itajubá (Unifei); Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, e Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) entre outras instituições de ensino.