A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou que o fenômeno climático La Niña pode retornar a partir de setembro e começar a influenciar os padrões meteorológicos em todo o mundo. A previsão, divulgada nesta terça-feira, indica que, apesar do resfriamento no Oceano Pacífico, a maioria das regiões deve manter temperaturas acima da média.
O La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas na porção central e leste do Pacífico. O fenômeno tende a aumentar o risco de inundações e secas, o que pode impactar severamente as colheitas agrícolas.
Segundo a OMM, as condições climáticas estiveram neutras desde março. No entanto, as projeções mais recentes apontam uma probabilidade de 55% de que as temperaturas da superfície do mar no Pacífico equatorial caiam para os níveis de La Niña entre setembro e novembro.
A organização ressalta a importância dessas previsões sazonais, que podem gerar economias bilionárias para setores como agricultura, energia, saúde e transporte. A preparação antecipada, baseada nos alertas climáticos, também pode ajudar a salvar milhares de vidas.
No Centro-Oeste e Norte, a expectativa é de chuvas acima da média, o que pode beneficiar algumas culturas, mas também aumenta o risco de enchentes, prejudicando lavouras de grãos como soja e milho. O excesso de água pode comprometer a colheita, causar perdas de produtividade e dificultar o transporte das safras.
Já no Sudeste e Sul, a tendência é de seca, o que preocupa agricultores de café, milho e trigo. A falta de chuvas nesses estados pode reduzir o rendimento das lavouras, aumentar os custos com irrigação e pressionar o mercado por preços mais altos. A estiagem também afeta os reservatórios de água, essenciais para a produção agropecuária e para a geração de energia elétrica em hidrelétricas, criando um efeito em cadeia sobre o setor.
Além do impacto direto nas lavouras, a La Niña pode gerar variações nos preços de commodities agrícolas, influenciar o planejamento de plantio para 2026 e aumentar a vulnerabilidade de pequenos produtores, que muitas vezes não dispõem de mecanismos de proteção contra eventos climáticos extremos.