Os preços do petróleo Brent e do West Texas Intermediate (WTI) recuaram mais de US$ 1 por barril nesta segunda-feira, após a decisão da Opep+ de acelerar seus planos de aumento de produção. A medida gerou preocupações no mercado quanto a um possível excesso de oferta, em um cenário de perspectiva de demanda ainda incerta.
Às 13h02 EDT (17h02 GMT), os futuros do petróleo Brent operavam a US$ 60,23 o barril, com uma queda de US$ 1,06 ou 1,7%. Já o petróleo bruto WTI dos Estados Unidos era negociado a US$ 57,11 o barril, registrando uma baixa de US$ 1,20 ou 2,02%. Os contratos abriram a sessão desta segunda-feira nos seus níveis mais baixos desde o dia 9 de abril.
Essa nova queda intensifica as perdas da semana anterior, quando o Brent recuou 8,3% e o WTI teve uma baixa de 7,5%. As crescentes preocupações com a oferta, impulsionadas por sinais da Arábia Saudita de que poderia lidar com um período prolongado de preços mais baixos, superaram o otimismo em relação a possíveis negociações tarifárias entre Estados Unidos e China, conforme observou Ole Hansen, analista do Saxo Bank.
A Opep+ concordou no sábado em acelerar ainda mais o aumento da produção de petróleo pelo segundo mês consecutivo, elevando a produção em 411 mil barris por dia (bpd) para o mês de junho. Esse aumento de junho, que envolve oito participantes do grupo Opep+, incluindo aliados não membros como a Rússia, elevará o total combinado de aumentos para os meses de abril, maio e junho para 960 mil bpd. Esse volume representa uma redução de 44% dos 2,2 milhões de bpd de cortes implementados desde 2022, de acordo com cálculos da Reuters. Fontes da Opep+ informaram à Reuters que o grupo poderá desfazer totalmente seus cortes voluntários até o final de outubro, caso os membros não melhorem o cumprimento de suas cotas de produção.
Fontes da Opep+ também indicaram que a Arábia Saudita está pressionando o grupo a acelerar a descontinuação dos cortes de produção anteriores como forma de penalizar o Iraque e o Cazaquistão pelo baixo cumprimento de suas respectivas cotas de produção. Em resposta à decisão da Opep+, instituições financeiras como o ING e o Barclays revisaram para baixo suas previsões para o preço do petróleo Brent.
O Barclays reduziu sua estimativa para o Brent em US$ 4, fixando-a em US$ 66 o barril para 2025, e em US$ 2, para US$ 60, para 2026. Já o ING agora prevê que o Brent terá uma média de US$ 65 este ano, abaixo da previsão anterior de US$ 70.