A Opep reduziu sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo para 2024 pelo quinto mês consecutivo, marcando o maior rebaixamento até o momento. Essa série de ajustes reflete a instabilidade do papel da China como motor de crescimento da demanda mundial.
A perspectiva mais fraca enfatiza os desafios enfrentados pela OPEP+ (que inclui a Opep e aliados como a Rússia). A OPEP+ havia adiado o plano de aumentar a produção até abril de 2025 devido à queda nos preços do petróleo, refletindo a incerteza sobre o mercado global e a recuperação econômica da China.
Em seu relatório mensal, a organização afirmou que espera um aumento de 1,61 milhão de barris por dia (bpd) em 2024, uma redução em relação à estimativa anterior de 1,82 milhão de bpd. O corte de 210.000 bpd em relação ao mês passado representa a maior redução entre as cinco revisões feitas desde agosto.
Além disso, a OPEP também diminuiu sua previsão de crescimento para 2025, ajustando de 1,54 milhão de bpd para 1,45 milhão de bpd. Em julho, a expectativa era de um aumento de 2,25 milhões de bpd, o que demonstra um significativo ajuste nas projeções da organização devido a fatores como a desaceleração econômica global e a instabilidade da demanda.
A China foi responsável por parte do último rebaixamento, assim como a Índia, outros países asiáticos, o Oriente Médio e a África, disse a OPEP. A OPEP agora espera que a demanda chinesa por petróleo aumente em 430.000 bpd em 2024, abaixo dos 760.000 bpd em julho.
A perspectiva da OPEP permanece no topo das estimativas da indústria e contrasta com a visão muito mais baixa da Agência Internacional de Energia. Ainda assim, os cortes nas previsões da OPEP nos últimos meses aproximam sua visão da da AIE.
A AIE, que representa países industrializados, prevê um crescimento da demanda de 920.000 bpd em 2024. A agência deve atualizar seus números na quinta-feira.