O preço do ouro disparou nesta terça-feira (22), ultrapassando pela primeira vez a marca de US$ 3.500 por onça. A alta histórica foi impulsionada por uma forte demanda por ativos de proteção em meio a crescentes rumores de que o ex-presidente Donald Trump poderia estar planejando a demissão do atual presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
A especulação gerou uma onda de aversão ao risco nos mercados financeiros, desencadeando vendas generalizadas em ações, títulos e no dólar americano. O metal precioso chegou a registrar uma valorização de 2,2% durante o pregão, antes de recuar parcialmente devido à realização de lucros por investidores.
Moedas consideradas seguras, como o iene japonês e o franco suíço, também apresentaram ganhos significativos, acompanhando o movimento do ouro. A valorização desses ativos ocorre em um contexto de pressão de Trump para que o Fed realize cortes imediatos nas taxas de juros. Essa postura é amplamente interpretada como uma ameaça à autonomia do banco central americano, o que contribuiu para levar o dólar ao seu menor patamar desde 2023.
A demanda por ETFs lastreados em ouro e a compra por bancos centrais têm sustentado o movimento, com ganhos registrados em todos os meses do ano. Os bancos têm elevado suas projeções para o metal à medida que o rali se fortalece.
Às 6h37, no horário de Brasília, a commodity era negociada a US$ 3.454,88 por onça, registrando um avanço de 0,9%. A expressiva valorização do ouro também reverberou no mercado de ações, impulsionando os papéis de empresas mineradoras. Em Hong Kong, as ações da gigante chinesa Zijin Mining Group chegaram a saltar mais de 6% durante o dia, elevando o ganho acumulado no ano para mais de 25%.