Desde que o equilíbrio entre as vidas profissional e pessoal tornou-se uma prioridade para grande parte das pessoas, problemas envolvendo o ambiente de trabalho ficaram ainda mais evidentes. Há uma busca constante pelo bem-estar e corporações que não entendem a importância de desenvolver a cultura organizacional sofrem para reter talentos. Uma pesquisa realizada pelo Infojobs, mostrou outro grande desafio é a felicidade corporativa: 86% das pessoas mudariam de emprego por saúde mental e mais satisfação no trabalho.
Dos respondentes, 61% não se sentem satisfeitos ou felizes no trabalho e para pouco mais da metade, 55%, a questão psicológica é um fator que causa insegurança. Inclusive, 76% já precisaram ou conhecem alguém que precisou se afastar das atividades de trabalho por razões psicológicas.
“Outro ponto que deve chamar atenção dos líderes e RHs é que 86% dos participantes acreditam que as empresas não estão preparadas para lidar com a saúde mental dos colaboradores. E há uma crescente, já que está quatro pontos percentuais a mais em comparação ao ano anterior. Mais do que nunca precisamos olhar para as políticas corporativas em prol da saúde mental com mais atenção”, enfatiza Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.
Políticas corporativas em prol da saúde mental
De encontro com as percepções anteriores, 75% dos participantes afirmam que na empresa em que trabalham ou trabalharam recentemente, não existem ações e suporte para temas relacionados à saúde mental. De acordo com a executiva, existem algumas razões para isso.
“Os debates acerca da saúde mental se concentram, muitas vezes, no mês de setembro. As empresas colocam um holofote sobre depressão e suicídio, que nem sempre se sustenta no resto do ano. Infelizmente, ainda há um estigma que impede discussões saudáveis e implementação de políticas eficazes”, avalia.
Os recursos limitados e a cultura organizacional inadequada também podem interferir na criação de programas específicos. De acordo com o grupo que afirmou que existem ações nas empresas, as mais citadas foram: suporte com psicólogos (47%), canal de escuta ativa (36%) e RH atento aos sinais dos colaboradores (34%).
Para Ana, a tecnologia entra como uma das ferramentas para medir a aplicabilidade. “Devemos partir do princípio que cada colaborador tem uma necessidade individual. Então, além de lideranças e um RH preparado para entender e criar estratégias específicas, também é preciso entender como acontece o progresso. Avaliar as métricas é fundamental para observar os pontos a serem melhorados e também para justificar o investimento no funcionário”, conclui.