PET reciclado tem pegada de carbono 67% menor que o material virgem

Em razão disso, com o avanço das pautas ESG, o mercado tem procurado soluções para reduzir a pegada de carbono dos seus produtos, mas para isso é necessário garantir um impacto real e vantajoso na queda das emissões de GEE. Na cadeia de produção de garrafas e embalagens de PET, por exemplo, a solução mais relevante é a reciclagem. Segundo o estudo Life Cycle Impacts for Postconsumer Recycled Resins: PET, HDPE, and PP, da Association of Plastic Recyclers (APR), o PET reciclado tem pegada de carbono até 67% menor que produtos virgem.  

“A reciclagem há décadas é reconhecida como um dos caminhos mais eficazes para promover uma economia ambientalmente responsável. Hoje, os dados são ainda mais claros: trata-se de uma solução viável, com impactos concretos na redução de emissões. Diante do agravamento das mudanças climáticas, o mercado precisa assumir um papel ativo e ampliar seus investimentos em reciclagem nos próximos anos”, afirma Irineu Bueno Barbosa Junior, CEO da Cirklo, empresa referência em reciclagem de PET no Brasil. 

Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), uma garrafa PET pode levar de 200 a 600 anos para se decompor na natureza. Nesse período, a liberação de seus componentes químicos no solo representa um risco significativo de contaminação, com efeitos diretos sobre o meio ambiente e a saúde pública. A reciclagem, portanto, surge como um dos caminhos mais eficientes para evitar a sobrecarga dos aterros sanitários e reduzir os danos ambientais causados pelo acúmulo de resíduos. 

“O senso comum chama de ‘lixo’ qualquer produto que foi utilizado e descartado, mas essa é uma leitura equivocada. Alguns produtos têm ainda potencial de uso, seja por meio da reutilização ou da reciclagem, e lançá-los em aterros pode ser muito prejudicial”, explica Irineu Barbosa. 

Além disso, a reciclagem reduz a demanda por recursos naturais para produção de novos plásticos PET. “Nós utilizamos como matéria-prima materiais que estavam em circulação, mas entraram em desuso. Produtos que podem ser transformados em novas garrafas, novas embalagens, e assim evitar que haja uma extração ainda maior de petróleo, por exemplo, que é um recurso não-renovável.”, pontua o executivo. A reciclagem tem ainda um consumo menor de energia que a produção de PET virgem. 

Portanto, o uso de garrafas e embalagens recicladas é uma prática ESG que beneficia o meio-ambiente em diferentes frentes. “Ao reduzir a poluição do meio-ambiente, poupar recursos naturais e diminuir emissões de GEE, a reciclagem contribui para as metas globais de preservação ambiental, especialmente no que diz respeito às crises climáticas. Nos últimos anos, temos vivido diretamente as consequências de eventos climáticos extremos, como o ocorrido no Rio Grande do Sul em 2024. Isso nos mostra que soluções precisam ser tomadas com urgência, e o setor de reciclagem está disponível para contribuir com sua expertise”, afirma o CEO da Cirklo. 

O investimento em reciclagem se faz necessário porque o PET é um material de grande valor para as indústrias. O fato de ser leve otimiza o transporte, e como as garrafas e embalagens são de menor custo, de fácil manuseio e seguras para o armazenamento de bebidas e alimentos, o consumo dos mais variados produtos se torna mais democrático. “Logo, se o mercado precisa de PET, certamente pode contar com o material reciclado, que traz todas as vantagens do PET virgem com o benefício de estar alinhado com os princípios ESG e contribuir com a preservação ambiental”, finaliza Irineu Barbosa. 

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