A Petrobras não pretende realizar ajustes nos preços dos combustíveis vendidos às distribuidoras enquanto persistirem as incertezas no cenário global, intensificadas pelas medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (8) pela presidente da estatal, Magda Chambriard, em entrevista à Reuters.
“Não devemos fazer nada agora, enquanto o cenário geopolítico estiver com essa ansiedade e turbulência”, afirmou a executiva, em ligação telefônica diretamente de Nova York, onde participa de encontros com investidores para apresentar os planos de investimentos da petroleira.
Magda destacou ainda que a Petrobras não pretende “internalizar o nervosismo do cenário internacional para o mercado brasileiro”, reforçando a intenção da companhia de manter a estabilidade no abastecimento e nos preços internos, mesmo diante de pressões externas.
Por hipótese, ela disse que a companhia poderia avaliar no curto prazo alguma mudança apenas se as duas principais variáveis da formação de preços dos combustíveis, o petróleo e o câmbio, tivessem quedas bruscas.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que o governo federal compreende o funcionamento da política de preços da estatal e que não há qualquer tipo de pressão por mudanças, mesmo diante da instabilidade nos mercados internacionais.
“Eles [governo] estão bem a par de como funciona isso [a política de preços]. Não há receio quanto a isso. A relação com eles é muito pacificada, sem brigas, tem conversa, bom relacionamento”, disse a executiva em entrevista por telefone à Reuters, diretamente de Nova York.
A fala de Chambriard ocorre em meio à forte oscilação no mercado global de petróleo. Desde o anúncio de um novo pacote tarifário pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2 de abril, o preço do barril do petróleo Brent caiu cerca de US$ 10, sendo negociado em torno de US$ 64. O movimento do mercado reflete temores de uma possível recessão global e consequente redução na demanda pela commodity.