A Petrobras vê poucas chances de distribuir dividendos extraordinários aos acionistas neste ano. Segundo o diretor financeiro, Fernando Melgarejo, a queda nos preços globais do petróleo reduziu as receitas da companhia, tornando o pagamento adicional pouco provável.
Em teleconferência com analistas, Melgarejo afirmou que a empresa não planeja alterar sua política de dividendos ordinários, mas ressaltou o impacto da receita menor. “Embora gostaríamos muito de ter o dinheiro excedente para fazer um pagamento extraordinário, vemos uma probabilidade baixa neste ano”, disse o executivo.
Na quinta-feira, a Petrobras já havia anunciado a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, após reportar um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre. A empresa também manteve a previsão de gastos de capital de US$ 18,5 bilhões para 2025, embora Melgarejo tenha indicado que alguns projetos poderão ser revisados em função da desvalorização do petróleo.
O pagamento proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas (Política) vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no Plano de Negócios em vigor (atualmente US$ 75 bilhões), e observadas as demais condições da Política, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre. Esta distribuição não compromete a sustentabilidade financeira da companhia.
Os preços do petróleo Brent, referência global, caíram de uma média de US$ 75,66 por barril no primeiro trimestre para US$ 67,82 no segundo trimestre. A notícia sobre os dividendos impactou o mercado, e as ações preferenciais da Petrobras caíram mais de 5% na sexta-feira, tornando-se um dos piores desempenhos do dia no índice Ibovespa.