Um relatório de prévia da XP Investimentos indica uma evolução positiva nas métricas operacionais das petroleiras independentes brasileiras no primeiro trimestre de 2025 (1T25). O levantamento detalha as expectativas para PRIO (PRIO3), Brava e RECV (Recôncavo Energia).
A produção da PRIO no 1T25 atingiu 109,3 mil barris de óleo equivalente por dia (kbpd), representando um aumento de 25% em relação ao trimestre anterior (t/t) devido à consolidação de um trimestre completo da produção do campo de Peregrino, cuja aquisição foi finalizada em dezembro de 2024.
Os volumes de vendas (offtakes) registraram um aumento ainda mais expressivo, de 43% t/t, totalizando 10,2 milhões de barris, impulsionados pela comercialização de estoques acumulados no 4T24.
A XP ressalta que o preço de referência da PRIO está atrelado a acordos de preços futuros de um mês, o que pode ter impactado negativamente as vendas de março devido à queda nos preços em abril. A projeção para a receita líquida é de US$ 657 milhões (+28% t/t), com um Ebitda de US$ 446 milhões (+33% t/t). No entanto, o lucro líquido esperado é de US$ 169 milhões, uma queda de 84% t/t.
Os analistas da XP acreditam que o foco dos investidores permanecerá em eventos futuros, especialmente em relação ao novo acordo para a aquisição de Peregrino e ao licenciamento ambiental de Wahoo. A XP também destaca uma parada programada em Frade ocorrida em abril, que deverá impactar os resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25).
A XP Investimentos espera uma recuperação substancial nos resultados da Brava em comparação com um 4T24 fraco, período em que os campos de Papa Terra e Atlanta ficaram inoperantes por longos períodos. A produção no 1T25 atingiu 71 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed), um aumento de 80% t/t, com a produção de petróleo dobrando para cerca de 59 kbpd t/t.
Apesar da forte recuperação na produção, a XP não prevê um declínio significativo na alavancagem da Brava, que se encontra em 2,8 vezes a relação Dívida Líquida/Ebitda, devido a uma base de comparação forte para o cálculo do Ebitda dos últimos doze meses (LTM) referente ao 1T24. A projeção para a receita líquida é de R$ 3,0 bilhões (+56% t/t), com um Ebitda de R$ 1.082 milhões (+114% t/t, -13% a/a) e lucro líquido de R$ 85 milhões.
A XP espera que a produção da Brava continue crescendo nos próximos trimestres com a conexão de mais dois poços ao FPSO Atlanta. Contudo, mantém uma postura mais cautelosa em relação à empresa em um cenário de preços de petróleo mais baixos, dado que a Brava é a mais alavancada entre as independentes de E&P em relação a flutuações na receita.
Para a RECV, a XP Investimentos projeta um aumento sequencial mais marginal nos resultados. A produção média esperada é de 27,3 kboed, um aumento de 4% t/t. A produção de petróleo, mais relevante, deve atingir 16,3 kbpd, um crescimento de cerca de 5% t/t, enquanto as vendas de petróleo devem aumentar aproximadamente 3% t/t.
A projeção para a receita líquida é de R$ 858 milhões (+2% t/t), com um Ebitda de R$ 418 milhões (+2% t/t) e um lucro líquido de R$ 292 milhões, este último impulsionado pela apreciação do Real.
O foco em relação à RECV deverá se concentrar no crescimento contínuo da produção e na estratégia de alocação de capital da empresa, ou seja, se a geração de caixa será destinada a fusões e aquisições (M&A) ou à distribuição de dividendos.