Petróleo avança com tensão renovada entre Israel e Irã

Leilão da ANP para Exploração de Petróleo e Gás Inclui Áreas Sensíveis e Desafia Justiça

Pixabay

Os preços do petróleo registraram uma nova alta nesta terça-feira (17), impulsionados pela continuidade dos confrontos entre Israel e Irã e pela crescente expectativa de uma intensificação do conflito nos próximos dias. A percepção de risco no mercado foi ampliada pela saída antecipada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da cúpula do G7, e pelo alerta de evacuação emitido para a capital iraniana, Teerã.

Por volta das 6h, no horário de Brasília, os contratos futuros do petróleo Brent apresentavam um avanço de 1,24%, sendo negociados a US$ 74,14 por barril. Simultaneamente, o West Texas Intermediate (WTI) mostrava uma elevação de 1,27%, atingindo US$ 72,68 o barril. Essa valorização sucede um leve recuo observado na véspera, que ocorreu em meio a incertezas sobre uma possível trégua, cenário que foi posteriormente descartado por Trump.

Investidores em todo o mundo estão avaliando minuciosamente os potenciais impactos de uma escalada militar no fluxo de petróleo proveniente do Oriente Médio. A atenção se volta especialmente para as exportações que transitam pelo estratégico Estreito de Ormuz, uma rota crucial que responde por aproximadamente um terço do fornecimento global da commodity.

O panorama permanece instável após uma nova onda de ações bélicas: Israel teria sido responsável pela morte do general iraniano Ali Shadmani em Teerã, além de ataques a bases de mísseis. Em resposta, o Irã retaliou com o lançamento de 30 mísseis balísticos contra Israel, dos quais a maioria foi interceptada. Paralelamente, a capital iraniana enfrenta um êxodo de milhares de civis, diante do receio de novos bombardeios.

Além disso, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza nesta terça-feira um leilão de 172 blocos destinados à exploração de petróleo e gás em território nacional. Os blocos estão distribuídos em 16 setores abrangendo cinco bacias sedimentares: Foz do Amazonas, Potiguar, Santos e Pelotas, todas localizadas em águas marítimas, e Parecis, situada em terra.

O certame, no entanto, tornou-se alvo de controvérsia e de ações judiciais devido à inclusão de áreas consideradas ambientalmente sensíveis. Entre elas, destacam-se 47 blocos localizados na região da Foz do Amazonas. Esta marca a primeira vez que campos na costa amazônica são incluídos em um leilão desta natureza.

O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) figura entre as entidades que recorreram à Justiça com o objetivo de suspender o leilão. O órgão argumenta a ausência de estudos aprofundados necessários para a oferta de áreas onde nunca houve exploração de petróleo e gás, levantando preocupações sobre os potenciais impactos ambientais e sociais na região amazônica. A realização do leilão em meio a essa disputa judicial acentua o debate sobre o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental no país.

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