Petróleo desaba com temores de recessão

Os preços do petróleo iniciaram a semana em forte queda, refletindo o agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China e o receio de que uma possível recessão global reduza significativamente a demanda por combustíveis. Ao mesmo tempo, o mercado reage à expectativa de aumento da oferta por parte da Opep+.

Nesta segunda-feira (7), por volta das 7h55 (horário de Brasília), o barril do Brent, referência global, recuava US$ 1,74, ou 2,65%, sendo negociado a US$ 63,84 — o menor patamar desde abril de 2021. Já os contratos futuros do petróleo WTI, referência norte-americana, caíam US$ 1,64 (2,65%), para US$ 60,35 o barril.

A perspectiva de retração econômica provocada pela escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo vem pressionando os mercados globais, e o setor de energia não tem escapado desse movimento. O temor de que o consumo de petróleo desacelere, somado à possível ampliação da produção pela Opep+, intensifica o cenário de sobreoferta e contribui para a atual trajetória de queda nos preços.

O petróleo despencou 7% na sexta-feira, depois que a China elevou as tarifas sobre os produtos dos EUA, escalando uma guerra comercial que levou os investidores a precificar uma probabilidade maior de recessão. Na semana passada, o Brent e o WTI perderam 10,9% e 10,6%, respectivamente.

Além do cenário macroeconômico incerto, o mercado também reage à decisão da Opep+, grupo que reúne os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, de antecipar o aumento da produção. A aliança pretende devolver ao mercado 411 mil barris por dia (bpd) já em maio, volume muito superior aos 135 mil bpd originalmente planejados para o período.

Durante o fim de semana, ministros do grupo reforçaram a importância do cumprimento integral das metas de produção estabelecidas. Os países que ultrapassaram os limites de bombeamento foram convocados a apresentar até 15 de abril seus planos de compensação, como forma de evitar desequilíbrios adicionais na oferta.

A combinação entre o aumento da produção da Opep+ e o temor de uma retração na demanda, motivada pela guerra comercial entre EUA e China, aprofunda o cenário de instabilidade nos mercados de petróleo, que já operam nos níveis mais baixos desde abril de 2021.

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