O preço do barril de petróleo tipo Brent pode recuar entre US$ 5 e US$ 9 nos próximos 12 meses, pressionado pela ampla oferta global da commodity, especialmente de países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e por uma demanda enfraquecida devido a incertezas econômicas na China e na Europa. Esse cenário pode se intensificar caso o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, implemente novas tarifas sobre importações da Ásia e do continente europeu.
Os esforços dos membros da Opep com cortes voluntários da produção de petróleo neste ano geraram reduções de estoques e pressões de alta dos preços, o que deve levar em 2024 a um déficit de 310 mil barris diários da oferta ante a demanda global da commodity, estima o banco HSBC.
Mas essa situação deve se reverter em 2025, com um superávit de 500 mil barris diários do fornecimento do combustível ante a demanda, pois atingirão 104,4 milhões e 103,9 milhões de barris diários, respectivamente.
A oferta global de petróleo está em expansão significativa, impulsionada principalmente por países que não integram a Opep, como Estados Unidos, Brasil e Guiana. Em contrapartida, a demanda enfrenta diversos desafios macroeconômicos. Na China, uma crise profunda no setor imobiliário tem impactado níveis de consumo, além de exercer uma pressão desinflacionária sobre a economia.
Já na Europa, o crescimento econômico modesto também representa uma entrada para o aumento da demanda pelo petróleo, reforçando um cenário de desequilíbrio entre oferta e consumo.
A Opep enfrenta a necessidade de equilibrar condições estruturais difíceis para o mercado de petróleo, como a demanda mais fraca que a oferta, e as pressões de investidores em países membros para produzir a commodity e gerar receitas, o que ganha maior apelo devido à transição energética mundial para a emissão neutra de carbono em 2050.
Há um foco especial de especialistas internacionais sobre como o governo Trump lidará com as exportações de petróleo do Irã, próximas a 1,6 milhão de barris diários. Embora exista a expectativa de que a futura administração adotará firmes sanções comerciais contra o governo de Teerã