O grupo Opep+, a maior aliança de países produtores de petróleo, incluindo Arábia Saudita e Rússia, está se inclinando para um aumento modesto na produção de petróleo em dezembro. A informação foi confirmada por quatro fontes familiarizadas com as negociações, enquanto o grupo avança em sua estratégia de elevar gradualmente a oferta para recuperar participação de mercado, revertendo anos de cortes.
Oito países membros da Opep+ tendem a aprovar o novo aumento em sua reunião marcada para o próximo domingo. A Arábia Saudita, em particular, está empenhada em recuperar espaço no mercado global. O movimento de reajuste na produção começou em abril deste ano.
O Iraque, um dos superprodutores do grupo, estava em negociações nesta segunda-feira (27) sobre o tamanho de sua cota de produção, que tem capacidade disponível de 5,5 milhões de barris por dia (bpd), segundo o ministro do petróleo, Hayan Abdel-Ghani. O ministro também assegurou que um incêndio ocorrido no campo petrolífero de Zubair no domingo não afetou as exportações do país.
A decisão do grupo ocorre em um contexto de alta volatilidade no mercado. Na semana passada, os preços do Brent e do WTI registraram altas de 8,9% e 7,7%, respectivamente, impulsionadas pelas novas sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia contra a Rússia.
As sanções americanas aplicadas a grandes empresas petrolíferas russas podem restringir as exportações de petróleo de Moscou e, consequentemente, impulsionar os preços do petróleo bruto. Contudo, traders “continuam cautelosos sobre o quanto isso realmente afetará o fornecimento global”, segundo o analista Kissler, uma vez que o mercado futuro já precificou mais comércio com a China e menos exportações russas.
A oferta adicional da Opep+ tem sido um fator que ajudou a manter os preços sob controle em outros momentos, chegando a atingir uma mínima de cinco meses em 20 de outubro, devido a preocupações com excesso de oferta.
O consenso dentro da Opep+ para os aumentos mensais tem se tornado mais difícil, em parte porque as sanções internacionais dificultam a Rússia encontrar compradores para sua produção adicional. A reunião de domingo também precede a visita planejada do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman a Washington no próximo mês, onde ele se encontrará com o presidente dos EUA, Donald Trump, que já havia pressionado a Opep e a Arábia Saudita no início do ano para reduzir os preços.







