A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu o sinal verde para a fusão entre as gigantes do varejo pet brasileiro, Petz e Cobasi. A aprovação, anunciada nesta segunda-feira (2) através de publicação no site do órgão regulador, não impôs quaisquer restrições ao negócio.
A decisão do Cade, caso não haja manifestação contrária do Tribunal do órgão ou recursos de terceiros interessados no prazo de 15 dias, tornará a fusão definitiva. O mercado aguardava ansiosamente este anúncio, refletido na valorização de 7,50% nas ações da Petz no acumulado do ano.
O acordo de fusão, divulgado inicialmente em agosto do ano passado, estabelece a incorporação das ações da Petz por uma subsidiária integralmente detida pela Cobasi. Na prática, a Petz será fundida com a divisão Cobasi Investimentos, que por sua vez será incorporada pela Cobasi S.A. Ao final do processo, a Petz se tornará uma subsidiária da Cobasi, com uma unificação das bases acionárias das duas companhias.
A expectativa é que a empresa resultante da fusão alcance uma receita líquida de R$ 6,9 bilhões e um Ebitda de R$ 464 milhões. O novo grupo contará com um portfólio de mais de 20 marcas próprias, abrangendo uma ampla gama de produtos para animais de estimação, incluindo itens de higiene, alimentação e lifestyle.
A notícia da aprovação do Cade impulsionou as ações da Petz (PETZ3) na manhã desta terça-feira (3). Por volta das 10h16, os papéis da rede de pet shops registravam uma forte valorização de 7,67%, cotados a R$ 4,63.
Apesar de projetar um desempenho fraco para os lucros da Petz no curto prazo, a XP Investimentos avaliou o anúncio como positivo, destacando que os investidores aguardavam este marco crucial para a concretização do negócio. A ausência de medidas restritivas por parte do Cade foi considerada uma surpresa positiva pela corretora.
Para a XP, a fusão tem potencial para gerar sinergias significativas, dado que ambas as empresas operam com modelos de negócios semelhantes. No entanto, a otimização da presença física poderá levar a baixas contábeis. A corretora manteve sua recomendação neutra para as ações da Petz, citando a contínua pressão da concorrência online, especialmente dos marketplaces, como um desafio a ser enfrentado pela nova companhia.