O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025 (2T25) em comparação com o trimestre imediatamente anterior, totalizando R$ 3,2 trilhões em valores correntes. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, superaram a expectativa do mercado, que projetava uma expansão de 0,3%. Com o resultado, a economia brasileira alcançou o maior patamar de sua série histórica, iniciada em 1996.
O crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de Serviços (+0,6%) e Indústria (+0,5%), que compensaram a variação negativa da Agropecuária (-0,1%). Pelo lado da demanda, o Consumo das Famílias (+0,5%) e a alta nas Exportações (+0,7%) foram os principais motores, enquanto o Consumo do Governo (-0,6%) e os Investimentos (-2,2%) registraram quedas.
Apesar do resultado positivo, a coordenadora das Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, avalia que o crescimento de 0,4% já indica uma desaceleração da economia, em linha com o esperado após a política monetária restritiva do Banco Central. “Era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva (alta nos juros) iniciada em setembro do ano passado. As atividades Indústrias de Transformação e Construção, que dependem de crédito, são mais afetadas nesse cenário”, explicou.
A especialista do IBGE destacou que o crescimento do PIB foi sustentado pelo setor de Serviços, que se mostrou menos sensível à alta dos juros e teve altas disseminadas. Os destaques ficaram para as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (+2,1%), Informação e comunicação (+1,2%) e Transporte, armazenagem e correio (+1,0%).
Já o setor industrial foi impulsionado principalmente pelas Indústrias Extrativas (+5,4%), enquanto as Indústrias de Transformação (-0,5%), Eletricidade e gás (-2,7%) e a Construção (-0,2%) registraram queda. A retração nos Investimentos (-2,2%), segundo Palis, reflete a queda na produção de bens de capital e na construção civil.
O Consumo das Famílias, por sua vez, continuou a crescer, impulsionado pela manutenção do total de salários reais e dos programas de transferência de renda do governo. Além disso, o setor externo contribuiu positivamente, com a alta nas exportações de commodities agrícolas e da indústria extrativa. A alta das exportações e a queda de 2,9% nas importações em relação ao 1º trimestre de 2025 também influenciaram o resultado.
Com este resultado, o PIB brasileiro se mantém em alta, com a última variação negativa trimestral tendo ocorrido no segundo trimestre de 2021 (-0,6%).